segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Deputado que inspirou Tropa de Elite 2 sairá do país devido a ameaças



Quem assistiu o filme Tropa de Elite 2 deve se lembrar do personagem do deputado Diogo Fraga, que denunciava os grupos de milícia dentro da Polícia Militar fluminense. O parlamentar que inspirou o drama, Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL, terá que sair do Brasil refugiado para não morrer como a juíza Patrícia Acioli. Segundo matéria do jornal O Globo, o Ministério Público e o Disque-Denúncia registraram, em pouco mais de um mês, sete denúncias de que várias milícias planejam o assassinato de Freixo. Como foi demonstrado no filme, o parlamentar foi presidente da CPI das Milícias, que, em 2008, provocou o indiciamento de 225 pessoas, entre políticos, policiais militares e civis e bombeiros. Freixo deixará o país na terça-feira (1º) com a família a convite da Anistia Internacional. O parlamentar vai para a Europa. O país de destino e o tempo de permanência são mantidos sob sigilo. “A Anistia ficou preocupada com a minha segurança devido ao acirramento das denúncias feitas contra mim. A Patrícia foi ameaçada e, na época, todos diziam que ninguém iria matá-la. Mesmo assim, mataram”, disse Freixo, ao recordar o caso de Patrícia Accioli, executada a tiros por milicianos na porta de casa, no mês passado. Atualmente, o deputado só anda escoltado por seguranças. Ele é pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro.

 Fonte: Bahia Notícias

domingo, 30 de outubro de 2011

Randolfe Rodrigues é relator do Estatuto da Juventude


O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o mais jovem da presente legislatura, foi escolhido como relator do Projeto de Lei 4529/04, o Estatuto da Juventude, marco legal que vai assegurar uma série de direitos para pessoas de 15 a 29 anos em todo o território nacional.

 
Aprovado na Câmara dos Deputados em 05 de outubro, o estatuto entra em tramitação agora no Senado.

Randolfe é favorável ao texto aprovado pela Câmara, resultado de amplo debate com as instituições representativas dos jovens brasileiros, tendo sido o primeiro projeto a contar com colaborações via internet. O Senado realizará três audiências públicas sobre o tema, a primeira no Amapá.

“É com singular emoção que recebo a informação de que relatarei o estatuto da juventude. Um flasbach que me levou para o início da militância política, no final dos anos 80 início dos 90. Nessa época tive minha primeira experiência na área de políticas públicas para a juventude. Realizamos no Amapá, muito antes do restante do pais, a primeira Conferencia Estadual de Juventude”, diz Randolfe.

O Estatuto estabelece diretrizes para elaboração de políticas públicas e cria o Sistema Nacional de Juventude. Assegura direitos históricos como a meia passagem e a meia entrada em eventos culturais, esportivos e de entretenimento. Estabelece também o percentual de 30% do Fundo Nacional de Cultura para projetos voltados para a juventude, além de fortalecer políticas específicas para essa faixa etária nas áreas de educação, saúde e emprego.

“Quero ser ágil em dar meu parecer ao projeto na Comissão de Constituição e Justiça. Pretendo conversar com os lideres para pedir urgência em sua aprovação. Ele é o resultado das lutas da juventude nos últimos 20 anos”, afirma o senador.

Movimento de Mulheres lança nota de repúdio ao governo do Estado


O Movimento de Mulheres Trabalhadoras Urbanas de Santa Catarina (MMTU/SC) lançou uma nota de repúdio ao governo do estado. Leia abaixo na íntegra.

NOTA DE REPUDIO AO GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA

MOVIMENTO DE MULHERES TRABALHADORAS URBANAS DE SANTA CATARINA – MMTU/SC

Santa Catarina, 27 de outubro de 2011

O Movimento de Mulheres Trabalhadoras Urbanas de Santa Catarina vem a publico manifestar repudio ao governo do estado de Santa Catarina por entender que é inadmissível aceitar passivamente o descaso do governo com a elaboração e implementação de políticas públicas para mais da metade de sua população. 
Como explicar que no Plano Plurianual 2012/2015, em orçamento estimado em R$ 102,7 bi, há apenas uma ação voltada a políticas para as mulheres, que é a ação "Repressão especializada aos crimes - contra mulher, criança, adolescente e idoso", com o mísero valor de R$ 4.000,00 mil, ou seja, R$ 1.000,00 mil por ano. Segundo o PPA, a meta com estes R$ 4.000,00 é atender 40 mil mulheres, ou seja, R$ 0,01 centavo por mulher. 

Em função deste total descaso com as Mulheres de Santa Catarina, visivelmente, seguiremos mais 4 anos “sonhando” com orçamento para a implementação definitiva da Lei Maria da Penha e para investimentos em programas de saúde, educação, habitação, geração de trabalho e renda, políticas essas que permitiriam avançarmos no empoderamento de nossas mulheres. 

Como se já não bastasse acompanharmos diariamente a violência contra trabalhadores e trabalhadoras da saúde, educação, segurança; o sucateamento dos serviços, a exemplo das OS´s na Saúde, a falta de leitos nos hospitais e a tentativa de privatização do serviço SAMU; há uma previsão de renúncia fiscal na ordem de R$ 20 bi, o que representa 22% do total do orçamento previsto para os próximos quatros anos.
Esta é uma realidade de anos em nosso estado, se avaliarmos o relatório da I Conferencia Estadual de Políticas para as Mulheres (2004) e confrontarmos com o relatório da III Conferência, realizada há alguns dias, teremos a constatação de que em nada avançamos nos últimos sete anos. As reivindicações são as mesmas e tudo indica que a próxima Conferencia será o mesmo “copia e cola”. 

Aproveitamos para repudiarmos também a forma como a Comissão organizadora da III Conferencia Estadual de Políticas para as Mulheres conduziu os trabalhos no decorrer desta Conferencia, são momentos de reflexão como o de uma Conferencia que deveríamos unir forças em defesa das nossas mulheres. Presume-se que as mulheres que se colocam a disposição na construção destes momentos estejam realmente comprometidas com o empoderamento das mulheres e na defesa de seus direitos, infelizmente acompanhamos comportamentos e procedimentos totalmente discriminatórios, excludentes e antidemocráticos. E o reflexo está no acima exposto, mais quatro anos sem qualquer intenção de investimento por parte do estado.

A Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher (de 20 de novembro a 10 de dezembro), cujo tema deste ano é “Desde a paz no lar até a paz no mundo: desafiemos o militarismo e terminemos com a violência contra as mulheres”, já tem alvo certo pelo MMTU/SC.

GOVERNADOR COLOMBO, A OMISSÃO DO ESTADO TAMBEM MATA!

Violência contra a mulher em Joinville cresce 790% em quatro anos

Número de ocorrências corresponde a praticamente 1% da
população feminina adulta em Joinville

O registro de denúncias de violência contra a mulher deram um salto gigantesco nos últimos quatro anos em Joinville. De apenas 172 casos registrados na Delegacia da Mulher em 2007, o número cresceu para 1.532 casos até o dia 27 de outubro de 2011. Isso representa um absurdo crescimento de 790%, ou ainda, o registro de oito vezes mais casos de violência denunciados às autoridades.

À imprensa, autoridades policias tentam amenizar o problema afirmando que o número de casos aumenta porque agora as mulheres tem mais coragem de denunciar.

A maioria das ocorrências envole a agressão física ou psicológica. Em 10 meses, foram 889 casos de ameaça à mulheres, e outros 306 casos de agressão física. Foram registrados ainda 172 casos de injúria (atribuir a alguém qualidade negativa), 75 casos de difamação (vincular alguém a fatos ofensivos) e 64 casos de calúnia (atribuir crimes a alguém).

Número representa quase 1% da população feminina acima de 19 anos

Se considerarmos apenas as mulheres maiores de 19 anos, o número de registros de violência em apenas 10 meses já equivale a 0,83% da população feminina. Os números são alarmantes e mostram a forte presença do machismo na cidade.

Só quem diz a verdade pode trazer a esperença

Há pouco mais de um ano, durante a campanha eleitoral para presidência da república, o PSOL defendeu abertamente a luta contra o machismo como uma de suas principais bandeiras. Relembre vendo o comercial ao lado.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

II Seminário Internacional do PSOL



II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO PSOL

SÃO PAULO
30 DE NOVEMBRO e 1º DE DEZEMBRO de 2011
CENTRO DE CONVENÇÕES DO HOTEL SHELTON INN
LARGO DA SANTA EFIGÊNIA

O II Seminário Internacional do PSOL, patrocinado pela Fundação Lauro Campos, vai ocorrer em meio a uma conjuntura rica de acontecimentos políticos. O dinamismo dos novos protestos mundiais contra a crise econômica e ambiental faz crescer a responsabilidade do PSOL e das forças de esquerda do mundo na construção de alternativas de sociedade.
O mais recente protesto está na sede do capitalismo financeiro mundial, onde efetivamente se encontram os principais culpados pela crise. O Manifesto da Ocupação de Wall Street conclama: “Todas as pessoas que se sentem injustiçados pelas corporações do mundo saibam que nós somos seus aliados”. Diz também: “Eles tomaram nossas casas através de um processo de execução hipotecária ilegal; eles usaram dinheiro dos contribuintes para salvar as corporações impunemente e continuam a dar a executivos bônus exorbitantes; eles têm perpetuado a desigualdade e a discriminação no local de trabalho com base na idade, a cor da pele, sexo, identidade de gênero e orientação sexual”.
Estas frases que antes se escutaram na Tunísia, no Egito, na Espanha e na Grécia, agora ressoam em Wall Street.
Algo historicamente importante está ocorrendo. Ainda que o número de manifestantes seja menor nos Estados Unidos que nesses países (registraram 4 mil pessoas em Wall Street, e 3 mil segundo a polícia), o fato novo é que os indignados chegaram no coração do capitalismo.  Encheram as ruas do lugar mais poderoso, de onde se governa política e economicamente todo o mundo.
A juventude, ator fundamental das mobilizações nestes países, também está protagonizando os protestos de Wall Street. Os protestos em Nova Iorque se estenderam a outras cidades, e o povo estadunidense está despertando para lutar.
Não é por acaso que isso ocorre agora. Desde 2007, os EUA vivem uma grave crise económica, que se aprofundou, e se transformou em uma crise política. As esperanças com Obama se esfumaçaram, na medida em que seu governo foi cúmplice da crise, não pode resolvê-la, e cedeu à pressão das grandes corporações, além de ceder em pontos cruciais à direita republicana, cada vez mais radicalizada. No início de 2011, houve mobilizações de trabalhadores em Wisconsin, contra a tentativa de implementação de uma nova legislação trabalhista.
Os acampados dos Estados Unidos demonstram que há um processo mundial de lutas em curso.  Se abriu um novo período histórico, de enfrentamento, de protagonismo dos jovens e trabalhadores para combater a crise do capitalismo e as políticas de seus governos. Um processo mundial com diversos pontos em comum, semelhante ao que ocorreu nos anos 60 e 70. Naquela época, o maio francês abriu um processo mundial de lutas e revoluções em diversos países. O movimento da juventude estadunidense da época ganhou força no combate contra a guerra do Vietnã. Nesta época, os campus universitários foram tomados, dezenas de milhares saíram às ruas sob a palavra de ordem “Pare a Guerra”.  Esta sintonia mundial das lutas, com outro programa, outras formas de expressão, outros problemas, se repete no atual período histórico.
A mobilização mundial convocada pelos indignados para o 15 de Outubro (15.O) ganha nova força. O II Seminário Internacional do PSOL se faz em meio a esta nova situação.  Buscamos realizar um Seminário representativo do novo momento, com representantes dos indignados da Espanha, da Grécia, dos EUA, com os lutadores do mundo árabe, e com os representantes dos muitos lutadores sociais da América Latina.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Lideranças indígenas e populares programam protesto contra Belo Monte

 
Nesta quarta-feira, 26, mais de 600 pessoas representantes de povos indígenas e de comunidades tradicionais do Xingu afetadas pelas obras da hidrelétrica de Belo Monte, acabam de deliberar sobre a realização de um ato público de protesto contra a construção da usina, em Altamira.

A deliberação foi tomada durante o Seminário Internacional “Territórios, ambiente e desenvolvimento da Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu”, que acontece desde ontem (25) até amanhã (27), naquele município, com a participação do estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) e da senadora Marinor Brito (PSOL-PA).

Os parlamentares acompanharam os debates pela manhã, quando vários caciques, especialmente da etnia Kaiapó, defenderam “usar os braços” para defender os seus direitos, como a liderança Juma Xipaia, que conclamou os guerreiros dizendo que “está cansada falar e quer lutar”, conforme reproduziu Edmilson. As comunidades alegam que as obras estão destruindo os recursos naturais de sobrevivência e expulsando as comunidades dos locais de obras.

Neste momento, os participantes do seminário organizam a manifestação pública prevista para acontecer amanhã (27), deixando em alerta autoridades locais e a Força Nacional de Segurança. O clima é tenso.

“É triste reconhecer que a maioria dos políticos apoia Belo Monte. Muitos se submetem à sanha do governo em querer realizar a obra a qualquer custo. Prefiro me manter fiel a meus princípios e defender os interesses dos povos indígenas e da população paraense em geral”, criticou Edmilson, no seminário.


Fonte: PSOL 50

Executiva Nacional do PSOL pede afastamento imediato de Orlando Silva e apuração de todas as denúncias e envolvidos




O Ministério do Esporte, comandado por Orlando Silva, do PC do B, é o centro do mais recente escândalo de corrupção do governo Dilma. A Controladoria Geral da União (CGU) apontou irregularidades em 67 convênios da pasta, totalizando R$ 49 milhões. Em Brasília, cinco pessoas foram presas em função de desvios no Programa Segundo Tempo, promovido pelo Ministério. Situação que iniciou desde o mandato anterior, de Agnelo Queiroz, hoje governador do Distrito Federal.

A cada dia surgem novas denúncias sobre o papel de ONG’s fantasmas no recebimento e desvios de recursos ou aquisição de serviços de empresas indicadas pelo PC do B.

O governo de Dilma Roussef coleciona um rol de sucessivos escândalos de corrupção que inclui desde o ex-ministro Palocci/PT (Casa Civil), passando por Alfredo Nascimento/PR (Transportes), Pedro Novais/PMDB (Turismo), Wagner Rossi/PMDB (Agricultura) e agora chegam denúncias sobre Orlando Silva/PCdoB (Esportes).

O PSOL por coerência exige a apuração de todas as denúncias veiculadas por revistas e jornais – mesmo que alguns desses gozem de pouca credibilidade e honestidade política – contra o ministro Orlando Silva e contra o governador Agnelo Queiroz, vez que entre eles, existe um jogo de empurra sobre quem é o patrocinador oficial das recentes denúncias. Sendo assim, apontamos pelo  imediato afastamento dessas autoridades de seus cargos, enquanto durarem as investigações sobre o escândalo das propinas e roubos do “Projeto Segundo Tempo”, do Ministério do Esporte, desde o ano de 2003 até o presente momento.

Conclamamos todos os setores verdadeiramente democráticos, que querem mudanças profundas na vida política do País, que tem estado nas ruas de diversas capitais lutando e mobilizando contra essas práticas nefastas, que entrem decididamente nessa mobilização contra a corrupção. Se as investigações não progredirem e o povo não se mobilizar os meganegócios dos megaeventos como a Copa e Olimpíadas serão fonte inesgotável de negociatas.

O PSOL está fazendo a sua parte, exigindo a mais completa apuração de todas as denúncias, buscando mobilizar amplas parcelas com as quais temos contatos e presença militante, para ganhar os espaços das ruas, junto à classe trabalhadora e aos lutadores sociais para banir a corrupção.

Brasília, 21 de outubro de 2011
 
Executiva Nacional do PSOL







domingo, 23 de outubro de 2011

Resolução do Encontro Nacional de Negros e Negras do PSOL



CARTA DE SÃO PAULO
SETORIAL  DE NEGRAS E NEGROS DO PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE.

O racismo desempenha um papel estruturante na sociedade de classes. Logo, não é possível pensar no modo de produção capitalista, na classe trabalhadora e no Estado dissociados da questão racial. Quando um jovem negro é assassinado na periferia, uma mulher negra faz um aborto em péssimas condições ou uma família negra é despejada, está explicito nessas ações a lógica e funcionamento do Estado.

No entanto, a esquerda brasileira tem dificuldades de compreender o papel estruturante do racismo no processo de exploração e dominação do capitalismo. Assim, a luta antiracista não é tomada como prioritária por parte da maioria de setores da esquerda.É necessário que o PSOL seja um pólo irradiador de uma política que articule a luta antiracial,  anticapitalista e antiimperialista no Brasil, assim como, atue no fortalecimento do socialismo no âmbito do Movimento Negro.     

Internacionalmente, as cenas que vem do Egito, Grécia, Portugal, Espanha e, agora, da Inglaterra demonstram nitidamente que a crise da economia capitalista de 2008 não acabou, ao contrário, talvez os piores resultados para a classe trabalhadora ainda estejam por vir. Algumas regiões do mundo, no entanto, já sofrem há seculos as conseqüências desse sistema, sob o olhar complacente do mundo capitalista a fome dizima milhares na África.

No Brasil, com a chegada do PT ao poder e a adesão ao projeto do capital internacional, observa-se uma política econômica ortodoxo-neoliberal, a continuação de contrareformas, a adoção de políticas sociais focalizadas de combate à fome (tipicamente assistencialitas) destinadas em sua ampla maioria à população negra. Assim, o governo do PT governou com e para o bloco dominante, além de controlar politicamente os movimentos sociais e sindical, através da cooptação – material e ideológica – das suas direções, entre esses, também, setores do Movimento Negro.

Os dados sociais do Brasil são devastadores para a classe trabalhadora e ainda mais exacerbados quando refere-se a população negra. Enquanto a desocupação está em 6,8% entre as mulheres brancas, por exemplo, acima da média geral e da taxa registrada entre homens com essa mesma cor de pele (4,2%), ela salta para 9,5% entre as mulheres negras, segundo dados do IBGE. Os negros representam 75% dos jovens não alfabetizados. As condições no mercado de trabalho para os jovens negros são precárias, entre os desempregados, 23,8% são negros, 16,4% brancos.

Em suma, os dados do censo do IBGE de 2010 revelam que a maioria da população já se considera negra (preta ou parda). Logo, pensar a questão racial é central para a luta da classe trabalhadora. O fato de ser a maioria da classe trabalhadora demonstra ainda que é necessário trabalhar tal questão de maneira combinada com os debates sobre o caráter de exploração do sistema capitalista e de sua forma atual no governo Dilma.

Ainda no que se refere à população negra os dados de violência juvenil são alarmantes, pode-se afirmar um déficit de jovens, em sua ampla maioria negros, na estrutura demográfica brasileira. 

Cerca de 45 mil brasileiros são assassinados por ano. Contudo, essa violência se distribuiu de forma desigual: as vítimas são, sobretudo, os jovens pobres e negros, do sexo masculino, entre 15 e 24 anos. O Índice de Homicídio na Adolescência (IHA) evidencia que a probabilidade de ser vítima de homicídio é mais do dobro para os negros em comparação com os brancos. 

Enquanto o número de homicídios entre os jovens brancos caiu no período de 2002 a 2008, passando de 6.592 para 4.582 (30% de redução), entre os jovens negros a taxa subiu de 11.308 para 12.749, um aumento de 13%. Para cada branco assassinado em 2008, mais de 2 negros morreram na mesmas circunstâncias. A “brecha” de mortalidade entre brancos e negros cresceu 43%.

As mulheres negras são as que mais morrem nos partos e nos abortos mal sucedidos, realizados de maneira precária e às vezes de forma criminosa. O risco de morte de uma grávida negra cuja gestação terminou em aborto é 2,5 vezes maior do que o de grávidas brancas. Assim, as mulheres pobres - e particularmente aquelas que são negras - estão entre as principais prejudicadas pela ilegalidade do aborto no país.

Entretanto, para o setor financeiro e o grande empresariado o Governo Lula foi o melhor da história, ou como preferia dizer nosso ex-presidente “como nunca antes na história desse país” tais setores foram tão beneficiados.

O Movimento Negro é um conjunto de organizações, grupos, coletivos, entidades e articulações nacionais que lutam contra o racismo e se reivindicam herdeiros da trajetória de lutas do povo negro em África e na Diáspora. Portanto,  é um espaço de elaboração coletiva do povo negro e de seus aliados, aberto a diferentes matizes ideológicas e partidárias, constituindo-se em um exercício permanente de crítica e autocrítica em torno das estratégias que permeiam a construção e efetivação de um projeto político do povo negro brasileiro. Obviamente, é um movimento em disputa entre projetos contraditórios e conformam grupos e blocos que se alinham a um amplo espectro ideológico, de conservadores, liberais e socialistas revolucionários.

Assim, o movimento negro, como construção coletiva, deve ser independente, democrático e socialista. Balizado por um novo olhar sobre as desigualdades raciais e pelo processo de resistência histórica do negro na diáspora. Este novo olhar, por sua vez, está condensado na utopia de uma sociedade socialista em que a contribuição dos afro-brasileiros como sujeitos do processo revolucionário é um elemento estruturante de nossa ação política. Cabe ao PSOL atuar de forma unitária no Movimento Negro e contribuir para o acúmulo de forças na construção de novos rumos para o Brasil.

O povo negro devido as suas condições materiais de vida, assim como a consciência do racismo e de suas manifestações concretas, construiu organizações em torno da defesa de seus interesses (que variam de organizações religiosas e recreativas - candomblé, umbanda, tambor de mina, escolas de samba, afoxés, blocos, hip hop, funk etc - a movimentos de luta por direitos básicos como moradia, transporte, educação e saúde). Desta maneira, construiu instrumentos de resistência adequados as suas condições culturais e materiais ao definir suas estratégias de luta, de enfrentamento às condições extremamente duras de penúria e exclusão social, definiu relações de aliança e mobilizou seus próprios intelectuais orgânicos. Em outros termos, viveu a classe e a condição racial a partir de mores sociais constituídos no processo histórico de enfrentamento da exclusão, do racismo e da negação de direitos. O maior erro dos partidos da esquerda socialista é imaginar que esses espaços em que os afrodescendentes são maioria, constituem-se em territórios amorfos, sem história e em que predominam sujeitos passivos a dominação de classe e de raça.

Além disso, a consciência anti-racista abre uma frente de enfrentamentos à ordem dominante e, a partir de fundamentos culturais e sociais, põem freios à lógica predatória e desumanizadora do modo de produção capitalista. A associação de jovens negros em posses e grupos de hip hop; o funk como expressão cultural de juventude negra carioca; as escolas de samba, candomblés e umbanda; os movimentos de moradia, contra a carestia, por saúde e os cursinhos pré-vestibulares constituem parte do tecido de movimentos reativos aos ataques racistas das elites dominantes. Esta corrente de movimentos reativos é um elemento extremamente importante na formação de uma consciência anti-racista e socialista entre o povo negro.

O Movimento Negro é, portanto, um espaço permanente de aglutinação de forças contra o racismo e deve ser disputado a partir de uma perspectiva crítica, contestatória, anticapitalista e antiimperialista. Para isso, é fundamental organizarmos a intervenção das negras e negros para que possamos ter uma atuação minimamente unificada em torno de nosso horizonte estratégico, articulando às lutas de nosso povo. Desta maneira, o PSOL deve ter uma intervenção unificada nos diversos níveis de sua atuação política e privilegiar pautas e reivindicações que contribuam para a elevação do nível de consciência de nosso povo em relação aos efeitos do racismo e do capitalismo.

Reconhecemos no Partido Socialismo e Liberdade a possibilidade de articularmos a plataforma de reivindicações dos direitos e políticas públicas para o povo negro com um programa de mudanças radicais para a sociedade como um todo, de caráter antineoliberal, antiracista, antimachista, democrático, popular e socialista.

Para o PSOL se transformar em um instrumento que defenda a população negra ele deve ter a cara do povo brasileiro. Deve ser expressão política e simbólica da resistência negra, indígena, feminista e popular. Para isso, o Setorial de Negras e Negros deve ter fóruns funcionando com regularidade e com pautas políticas. Para tal é essencial que o Setorial seja um instrumento do conjunto do partido e não, apenas, dos militantes de algumas correntes internas.

ENCONTRO NACIONAL DE NEGRAS E NEGROS DO PSOL.
São Paulo, 03 de setembro de 2011.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Conheça o manifesto do movimento 15O


Somos muitos e diferentes. E a partir da nossa diversidade nos unificamos em torno do 15 de outubro
Novos ventos sopram no mundo. A força das idéias e da organização dos povos recoloca esperanças diante da melancólica ordem imposta pelos poderosos. Uma sociedade pautada pelas regras infinitas do mercado é uma sociedade sem futuro.
O povo que se levanta em todos os continentes é rebelde por muitas causas. O autoritarismo das péssimas condições de vida somado à prisão de ser governado por regimes pseudo-representativos é o que dá o tom deste novo grito.
O atual sistema econômico, desesperado diante de sua própria crise, arranca mais e mais direitos sociais justamente de quem vive do trabalho. As elites do globo tentam transformar sua falência em mais exploração do povo.
Os regimes políticos, por sua vez, demonstram esgotamento e incapacidade total de refletir às vontades das maiorias. Hoje em dia, quem paga manda. E é assim em todas as partes, sejam elas comandadas pelas ditaduras com cara de democracia ou as democracias com corpo de ditadura.
Nas ruas e praças a população vem corrigir os desavisados: a história não acabou. Não queremos mais ser “sem-direitos”. Queremos muito. E vamos atrás desse mundo novo pois somos indignad@s. Mas não só. Somos também irredutíveis. Insaciáveis.
No Brasil
A desigualdade social é a principal marca deste país, desde que ele existe como tal. Entra governo e sai governo e essa estrutura permanece a mesma. Tudo aquilo que foi conquistado com muito sangue e suor, se desmancha com algumas canetadas nos gabinetes, negociatas nos parlamentos e com repressão nas ruas.
Os governos federal, estaduais e municipais implementam uma política de desenvolvimento com grandes projetos e megaeventos que reforçam a lógica do lucro em detrimento da qualidade de vida da população e da preservação do meio ambiente.
Quem somos
Somos muitos e diferentes. E a partir da nossa diversidade nos unificamos em torno do 15 de outubro. A juventude do mundo inteiro irá se manifestar neste dia, com suas pautas locais e seus sonhos globais. Os povos em luta no Oriente Médio, Inglaterra, Grécia, Espanha e Chile se unificam neste dia.
Os participantes dessa manifestação fizeram parte de tantas outras. São integrantes de movimentos sociais e organizações sociais, estudantes, militantes. Temos como princípio a auto-organização e o auto-financiamento. Não aceitamos dinheiro de nenhuma empresa ou entidade que vise o lucro, seja ela qual for. O movimento tem autonomia diante do Estado, das empresas e de qualquer partido, mas respeita a participação destes.
Venha participar! É hora de mostrar sua indignação com o sistema capitalista. A união de tod@s @s indgnad@s mostrará que o povo quer transformações profundas na sociedade. Queremos construir uma democracia direta e participativa. Traga sua bandeira, sua vontade e sua voz!
Veja nossas bandeiras:
- Contra o estado penal e a criminalização dos movimentos sociais e da classe trabalhadora. Contra a utilização de armas nas manifestações populares.
- Contra as remoções de famílias para construções de obras da Copa e Olimpíadas.
- Fora Ricardo Teixeira.
- Por um SUS público e de qualidade. Contra as OSs e as Fundações Estatais de Direito Privado.
- Tarifa zero já. Contra o aumento das passagens de ônibus e metrô. Contra privatização dos transportes e à cultura do automóvel.
- 10% do PIB para a educação pública, gratuita e de qualidade já.
- Revogação das concessões fraudulentas de rádio e TV no Brasil.
- Internet banda larga para todos em regime público e gratuito.
- Revogar a lei 9612/98: pelo fim da criminalização de rádios e comunicadores comunitários
- Por uma legislação de direitos autorais que valorize o artista, desprivatize a cultura e favoreça o compartilhamento.
- Chega de racismo, preconceito e extermínio da juventude negra.
- Pelo fim da violência machista: contra os cortes de verbas do Pacto de Enfrentamento à Violência Contra Mulher feitos pelos governos federal e estaduais.
- Contra a criminalização das mulheres: legalização do aborto! Não ao bolsa-estupro e ao estatuto do nascituro.
- Em defesa do Kit Escola Sem Homofobia e outros instrumentos educativos de combate a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, sem concessões aos fundamentalistas.
- Chega de homofobia. Pela aprovação imediata do PLC 122 (projeto de lei que criminaliza a homofobia).
- Chega de “guerra às drogas” e criminalização dos usuários. Legalização da maconha.
- Contra o PAC, Belo Monte e o novo Código florestal.
- Por uma Comissão da Verdade, Memória e Justiça autônoma, que julgue os assassinos e torturadores. Cumpra-se a resolução da OEA!
- Todo apoio às reivindicações dos trabalhadores em greve.

NOTA DA EXECUTIVA NACIONAL DO PSOL: EM DEFESA DA SOBERANIA E DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. EM DEFESA DA VIDA DO DEPUTADO MARCELO FREIXO


O Brasil tomou conhecimento, a partir do dia 10 de outubro último, de novas denúncias sobre planos dos milicianos para matar o deputado estadual do PSOL-RJ, Marcelo Freixo. Após o assassinato da Juíza Patrícia Acioli as ameaças aumentaram.

Marcelo Freixo não é o único ameaçado. Policiais, juízes, procuradores, encontram-se na lista das máfias conhecidas como milícias, que aterrorizam a população em centenas territórios no Rio de Janeiro. Trata-se portanto, de um problema que vai além da defesa da vida de nosso companheiro. O que está em jogo é a soberania e o próprio Estado Democrático de Direito, não só no estado fluminense, mas em todo o país.

A polícia civil vem agido de forma correta, prendendo milicianos e reprimindo essa prática criminosa. No entanto, cabe ao poder público, nesse momento, quebrar os braços econômicos das milícias. As prisões, que ampliaram progressivamente a partir de 2008, não diminuíram a quantidade de negócios e muito menos de territórios sobre o controle dessa máfia. Para tanto se faz necessário que o estado assuma as propostas do relatório da CPI das milícias. Principalmente a regulamentação do transporte alternativo por meio de licenças individuais, pois é este, hoje, a principal fonte arrecadadora do citado grupo criminoso.

É urgente construir uma campanha suprapartidária, com todas as forças democráticas da sociedade, para exigir o empenho do poder público no combate dos negócios ilegais dos milicianos. Essa medida completará a ação de denúncia, investigação e repressão já em curso.

Na próxima segunda-feira, dia 17, às 16 horas, haverá um ato na OAB que reunirá as entidades da sociedade civil, parlamentares e figuras públicas para discutir o assunto e encaminhar possíveis ações conjuntas. O PSOL se unifica a esse processo e conclama a todos os setores populares e democráticos do país a se juntar nessa campanha, que deve tomar dimensão internacional. Mais que isso, sugere que atividades similares ocorram em todos os locais para fortalecer essa iniciativa e prestar a solidariedade a todos que vivem sobre o terror das milícias.

No fundamental o que está em questão é a vida dos moradores dos territórios que são hoje controlados e cerceados por essa máfia. Resgatar a soberania e a cidadania desse cidadãos, na sua grande maioria pobres, é uma das tarefas fundamentais da agenda democrática. E nesse sentido, o PSOL, assume a defesa da democracia, da liberdade e se coloca em solidariedade por todos os ameaçados.

EXECUTIVA NACIONAL DO PSOL – 17 DE OUTUBRO DE 2011

Polícia Civil investiga aposentadoria por invalidez na Assembléia


Inquérito foi aberto após a repercussão nacional das supostas irregularidades em aposentadorias por invalidez na Assembleia

As investigações sobre a possibilidade de fraudes na concessão de aposentadorias por invalidez na Assembleia Legislativa vão ganhar reforço policial. Após a divulgação do caso em nível nacional pelo programa Fantástico, da Rede Globo, no domingo, a Polícia Civil decidiu, ontem, abrir um inquérito para investigar o caso, já em análise pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e pelo Instituto de Previdência de Santa Catarina (Iprev).

O diretor de polícia da Grande Florianópolis, Nivaldo Claudino Rodrigues anunciou, ontem, a abertura de inquérito policial sobre o caso. Além dos 111 aposentados que foram apontados pelo Iprev como suspeitos de irregularidades, com base nas perícias da Junta Médica do Estado, a Polícia Civil pretende averiguar a responsabilidade dos médicos que concederam os atestados e os laudos que garantiram os benefícios.

Um delegado deverá ser designado hoje para cuidar do caso, após uma conversa do diretor com delegado-geral Aldo Pinheiro D’Ávila. Embora a polêmica tenha ganho destaque na imprensa a partir de maio e desde então esteja sendo investigada por inquérito do MPSC, Rodrigues diz que só agora existe material suficiente para o início da investigação policial.

– Antes nós não tínhamos provas – afirma o diretor.

Se forem confirmadas as fraudes, os envolvidos podem ser acusados de estelionato, fraude fiscal, falsificação de documentos e, caso haja participação de três ou mais pessoas, formação de quadrilha.

O prazo para conclusão do inquérito é de 30 dias, mas pode ser prorrogado em função do volume de material a ser analisado e da quantidade de pessoas que devem ser ouvidas. O inquérito do MPSC deve ser concluído até abril do próximo ano.

Além das punições penais, os servidores inválidos suspeitos estão sujeitos a punições administrativas. Até ontem, havia sido divulgada no Diário Oficial do Estado a abertura de 86 dos 111 processos administrativos do Iprev. O prazo de conclusão para cada um dos processos é de 60 dias.

Se forem confirmadas as denúncias de irregularidades, o pagamento das aposentadorias por invalidez será cortado e os processos, encaminhados à Assembleia, à Receita Federal e ao Conselho Regional de Medicina – além de MPSC e, também agora, à Polícia Civil.
 Fonte: Diário Catarinense

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Jean Wyllys explica por que é contra a corrupção de verdade


O feriado de Nossa Senhora da Aparecida, padroeira do Brasil, foi marcado por manifestações organizadas pelas redes sociais que levaram milhares de brasileiros às ruas para protestar contra a corrupção.
Apesar de iniciativas como essas mostrarem que a população brasileira não está mais disposta a aceitar os abusos advindos da corrupção sem se manifestar – um despertar político que já passou do prazo – me intrigam algumas análises e a maneira como a sociedade extravasa sua indignação nesses protestos.
Desconfio, por exemplo, de quem trata a corrupção como se fosse problema de UM governo: justamente daquele a que a velha mídia se opõe, pautando ela assim a sociedade.
Podem e devem acontecer quantas marchas se fizerem necessárias, mas enquanto essas tratarem a corrupção como sendo problema de governos apenas e continuarem achocalhando dizeres como “só há dois tipos de políticos: os corruptos e os coniventes”, a legitimidade de manifestações populares tão importantes e necessárias como essas se perde na superficialidade de como o tema da corrupção é tratado.
Se dependesse de mim jamais haveria bandeira de partido algum em marcha que quer restringir a corrupção a governos, lembrando que “apartidária” não pode – nem deve – ser sinônimo de “alienada”, “inocente útil” e “sem discernimento”.
Que as marchas façam alusão corajosa aos corruptores da iniciativa privada, aos sonegadores, aos esquemas de lavagem de grana, à evasão de divisas por parte de igrejas. Que as marchas tratem da corrupção no judiciário, no Ministério Público, no Tribunal de Contas da União, nas polícias e também da corrupção praticada pelo cidadão comum, sobretudo aquele que quer privilégios e não direitos. Que as marchas abordem a corrupção em sua complexidade, sem restringí-la a governos ou partidos.
E que a militância virtual continue se articulando para transpor a indignação de todos e todas para um plano real onde um Brasil sem corrupção não seja apenas um ideal quimérico.

domingo, 16 de outubro de 2011

TST proíbe Estado de Santa Catarina de terceirizar serviços de saúde pública para Organizações Sociais


O Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou ao Estado de Santa Catarina a anulação da decisão judicial sobre a contratação de Organizações Sociais para administrar os serviços de saúde pública no Estado. O governo de SC pedia a anulação de uma decisão já transitada em julgado em 2007. 

A decisão inviabiliza os projetos neoliberais do governador Raimundo Colombo (PSD), que pretendia terceirizar a administração dos 11 hospitais públicos catarinenses à organizações sociais. Todas as unidades que já estão sob o domínio das OSs, como o Hemosc, Cepon e o Hospital Infantil de Joinville devem retornar para a administração direta da Secretaria da Saúde. 

As contratações das OSs inviabilizam vários direitos aos usuários do SUS. Servidores estaduais poderiam ser cedidos para as empresas privadas, assim como leitos e outras estruturas, apenas para gerar lucro e prejudicar o já precário atendimento aos usuários do SUS. 

Além disso, as contratações pelas OS´s são sem concurso público e as compras de material ocorrem sem licitação. Até os servidores estaduais podem ser cedidos para a empresa privada. E o atendimento dos pacientes fica a critério da OS, podendo atender convênios privados e particulares. 

Em Santa Catarina o Conselho Estadual de Saúde possui uma resolução contrária ao regime das OS´s. O Conselho Estadual de Saúde também deve realizar um seminário ampliado para discutir a forma de gestão do SUS em Santa Catarina.

Com informações do Sindsaúde

PSOL lança nota em apoio à greve dos Correios

Militantes do PSOL estiveram na última terça-feira na unidade central dos Correios de Joinville, divulgando uma nota de apoio à greve nacional dos seus trabalhadores.

Veja a íntegra da nota abaixo


O PSOL Joinville se solidariza a greve dos trabalhadores dos Correios, em greve desde o dia 13 de setembro. Muitos de seus trabalhadores foram às ruas, em diversos Estados, na última sexta-feira (23), para reivindicar abertura das negociações da campanha salarial 2011.


Entre as reivindicações está contratação imediata de todos os aprovados no último concurso público dos Correios, reposição da inflação de 7,16% e o aumento do piso salarial para R$ 1.635. Atualmente o piso dos ecetistas é de R$ 807, um dos menores dentre os servidores públicos.Esse tratamento hostil de uma das empresas públicas mais antigas do país com seus funcionários inclui, por exemplo, o Pedido de Demissão Voluntária (PDV). O programa acaba onerando aqueles que não ingressam nele, uma vez que desde sua implementação, não houve concurso para recolocação.


A política adotada nos últimos anos tem claras intenções de sucatear os Correios, para enfim, privatizá-lo. Os Correios são os portadores das mensagens e um importante elo entre as pessoas. Não podemos ficar indiferentes a essa trama que pretende entregar muito mais do que as correspondências ao mercado: todo o fluxo de informações postais ficaria na mão da
iniciativa privada. Carta social? Esqueçam.


O que está em curso é um amplo projeto entreguista de privatização. Na esfera federal, além dos Correios, estão na mira aeroportos e hospitais universitários. No nosso estado, a Casan e, agora a Celesc. Nesse jogo camuflado que defende a privatização para a “melhoria da qualidade” e “ampliação do acesso”, direitos essenciais como água, eletricidade, saúde, fluxo de pessoas
e ideias, são tratados como mercadoria. Se continuarmos entregando tudo ao mercado, o direito à vida digna, vai depender da capacidade de consumo de cada um. Não podemos concordar com isso.


Diretório Municipal do PSOL Joinville

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"Passagem de ônibus de graça" - Entrevista de Leonel Camasão ao "A Notícia"



Foto: Leo Munhoz

PRÉ-CANDIDATOS A PREFEITURA DE JOINVILLE
Passagem de ônibus de graça

A candidatura a deputado em 2008*, quando era desconhecido e fez cerca de mil votos em Joinville, levou o jovem Leonel Camasão (PSOL), de 25 anos, a buscar mais oportunidades na política. O desejo de concorrer à Prefeitura em 2012 ainda deve ser avaliado no partido, mas é uma maneira de o PSOL marcar presença no pleito municipal

Subsídio e tarifa zero no transporte público
“O transporte público acessível é uma das principais propostas do PSOL. Melhora a mobilidade e o planejamento. Para isso, é preciso criar uma estrutura que regule o sistema de ônibus. O serviço continua a ser feito por empresas, mas quem controla é a Prefeitura. Nesse sistema, aplicaríamos subsídio para chegar à tarifa zero. O dinheiro poderia vir de multas de trânsito, dos estacionamento públicos. O pagamento às empresas seria por quilômetro rodado, não por passageiros.”
Eleição direta para diretores
“Eleição direta para diretores é uma de nossas bandeiras e uma maneira de acabar com cargos comissionados também. Ela foi uma bandeira do PT no passado, mas não teve mudanças com o governo Carlito. Há exemplos interessantes em outras cidades, onde há eleições diretas para diretor, onde as escolas são melhor avaliadas. Há mais comprometimento, os pais participam mais da escola, porque são eles que escolhem o diretor, que tem autonomia para lutar por melhorias.”
Inversão da cobrança de impostos
“Defendemos uma inversão na lógica da cobrança dos impostos. Nossa visão é de que, quem tem uma renda maior, deve ser mais taxado. Quem tem renda menor, paga menos. Os maiores devedores do IPTU são grandes empresários ou empresas. É preciso fazer com que eles, que têm outras formas de sobreviver, paguem a dívida. Em último caso, pode-se até pensar na expropriação do terreno para uso público. Defendemos essa lógica para qualquer imposto.”
PLANEJAMENTO
“Pensamos o planejamento em duas linhas: a da mobilidade, que é uma das prioridades, e da habitação, que ajuda a controlar um crescimento desordenado. A proposta é de um programa habitacional consistente, que vai além do Minha Casa, Minha Vida, que hoje funciona mais como programa de aquecimento econômico do que programa de moradia. E precisa ser moradia para baixa renda. O Minha Casa, Minha Vida visa a erradicar a falta de moradia para a classe média e atinge 10%, 15% das classes mais pobres. Defendemos um programa municipal que atenda aos menos favorecidos.”
SAÚDE
“Precisamos retomar o controle efetivo do SUS. A Constituição determina que o SUS seja prioritário e a saúde privada seja complementar. Hoje, está equiparado. Em Joinville, mais ainda, até por causa desses hospitais privados que estão sendo construídos. O investimento privado desequilibra o SUS em Joinville. Não é à toa que a maior demanda em especialidades é por oftalmologista e se constrói um hospital de olhos na cidade, isso não é coincidência. A proposta do PSOL é investir pesado na Saúde, principalmente nas especialidades. Em um primeiro momento, poderia até ser feito mutirões, mas com cautela, para não exaurir os servidores da saúde. O reajuste para os médicos é bem-vindo. Também investiríamos no Programa Saúde da Família. Com mais prevenção, temos menos necessidade de alta complexidade. Outra questão importante é lutar por mais comprometimento federal com a Saúde. Só o município não dá conta.”
EDUCAÇÃO
“Uma proposta é inserir mais atividades complementares no currículo da educação, como aulas de artes, música, de cultura afro-brasileira, esportes, orientação sexual etc. Isso tem que ser feito aos poucos, começando com algumas experiências. A outra proposta é eleição direta para diretores.”
MOBILIDADE
“Há obras viárias que serão inevitáveis, mas não defendemos grandes elevados, grandes obras viárias, até porque não resolvem o problema. Esses grandes eixos, como o Eixão, mudam o congestionamento de lugar. A saída, além do transporte coletivo, é apostar em ciclovias. Talvez poderia ser discutido o anel viário, mas ele também pode ter problemas. É normal que dentro do anel, a cidade se desenvolva. Fora, cria-se uma periferia sem estrutura, com mais problemas ainda no transporte. Mas apostamos muito na tarifa zero do ônibus. Você melhora muito a mobilidade.”
SEGURANÇA
“O município pode trabalhar mais em relação à Defesa Civil. Temos que fazer limpeza de rios, drenagem do Cachoeira. Isso diminui o impacto das enchentes. A questão de policiamento, que não é competência do município, mas deve ser discutida, é a unificação e desmilitarização das polícias.”
MEIO AMBIENTE
“Hoje, órgãos ambientais trabalham muito para emitir licenças para obras e nada mais. A política ambiental passa por ampliação da fiscalização, com mais fiscais. E é necessário a universalização do saneamento básico, algo que não dá para fazer em quatro anos, mas que pode ser iniciado. Nesse ponto, defendemos uma Águas de Joinville inteiramente pública, sem participação privada.”
LAZER E TURISMO
“Hoje, as praças são cada vez mais feitas de concreto, de pedra. Acho que deveria ter grama, verde. Tem que ter mais praças, mais espaços de lazer na periferia. Não sei se o Parque da Cidade cumpre a demanda, mas tem que manter ele funcionando. Tem que reformar o Mirante, o Caieira. Não descartaria a construção de um grande parque. Agora, o que sentimos falta mesmo é de bibliotecas, de espaços culturais, de convivência.”
GESTÃO
“A estrutura é inchada e há ineficiência em algumas secretarias. Uma das primeiras medidas é extinguir as secretarias regionais. Os funcionários poderiam ser aproveitados em outras áreas. Geraria economia. Outra questão é a remuneração dos cargos comissionados. Londrina tem 300 cargos comissionados. Joinville, com o mesmo porte, tem 600. Precisamos combater inadimplência do IPTU e aumentar a arrecadação e implantar o IPTU progressivo. Quem tem mais vai pagar mais.”