quarta-feira, 29 de abril de 2009

Protógenes Queiroz em Joinville

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
O delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, estará em Joinville no próximo dia 26 de maio. Protógenes virá dar palestra aos estudantes de Jornalismo no Bom Jesus/Ielusc, onde também será alvo dos questionamentos dos estudantes sobre os temas Operação Satiagraha, Daniel Dantas, corrupção no Brasil, entre outros.

Protagonista do desmonte de diversas operações criminosas, Protógenes tem sido perseguido e acusado de atividades ilíticas, nenhuma delas provada até agora. Na oportunidade, o delegado poderá esclarecer muito sobre a sua atuação e sobre a operação Satiagraha.

Protógenes é responsável, entre outros, pelas prisões do ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf (PP), do ex-prefeito Celso Pitta, do investidor Naji Nahas, além de Law Kin Chong, o maior contrabandista atuando no Brasil na época.

Com uma carreira brilhante, Protógenes ganhou as páginas dos jornais após prender duas vezes o banqueiro Daniel Dantas, na chamada Operação Satiagraha. Dantas é acusado de inúmeros crimes contra o Brasil. Leia abaixo a cobertura completa dos primeiros dias da Satiagraha, produzido pelo Terra Magazine.

8 DE JULHO
Exclusivo: PF prende Dantas e organização criminosa

O inferno de Dantas

Celso Pitta recebia dinheiro vivo de Naji Nahas

Dantas-Nahas: Para entender a organização

BrOi: emissários de Dantas tentam chegar a Dilma

9 DE JULHO
Advogado: Dirceu não tem relação com Daniel Dantas

PF viveu guerra e espionagem para prender Dantas

10 DE JULHO
Solto, Dantas é intimado a depor

50% dos presos esperam decisão dada a Dantas (imperdível)

Na madrugada, estratégia para prisão de Dantas Dantas, um banqueiro da Coisa Nossa

Com prisão preventiva, um xeque mate em Dantas,

11 DE JULHO
Pedro Simon: "Está na hora de rico ser preso"

Mello: Ministros do STF não têm nada a esconder

"O senhor está preso", diz delegado a Dantas

Dantas: "Vou contar tudo! Detonar!"

Maierovitch: Gilmar Mendes está "extrapolando"

Juíza que avisou de grampo e pede: "me esqueçam"

12 DE JULHO
Por que as crises se repetem?

"Gilmar Mendes agiu certo", diz criminalista

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Mobilidade Urbana


Hernandez Vivan Eichenberger.
Estudante de filosofia e militante do PSOL/ jarivaway@gmail.com

O artigo de Osmar Silva (ND, 21/4, página 6) levanta alguns questionamentos a respeito da possibilidade de aumento da tarifa em Joinville. Argumenta da necessidade de aumento invocando a contribuição social que as empresas Gidion/ Transtusa trazem à cidade. Para ele, o aumento ajudaria na superação da crise econômica.

No Brasil, 39 milhões de pessoas, segundo o IBGE, não andam de ônibus por não terem dinheiro para pagar. A razão principal disso é a privatização do transporte: quem tem dinheiro, pode utilizá-lo; quem não tem, é obrigado a buscar outros meios.

Via de regra, em todo o Brasil, o transporte é dominado por famílias tradicionais que têm a seu dispor financiamentos estatais para incremento de frota ou mesmo descontos de impostos. Além disso, há uma verdadeira fusão entre o poder econômico e o poder político, o que implica mínimos, quando não nulos, mecanismos de transparência sobre o transporte.

O que a Prefeitura faz hoje, com questionamentos sobre a planilha, pode ser acusado, no máximo, de tímido e não de “questionários desnecessários”. O necessário, em última instância, é inverter a atual lógica de financiamento do transporte.

A tributação de empresários, altos comerciantes (estes dois setores, os mais beneficiados com a mobilidade urbana, seja na modalidade de transporte de força de trabalho, seja como mobilidade para consumo) e sobre a especulação imobiliária é o modelo mais correto de financiamento do transporte, e não a tarifa, cujo aumento só expulsa usuários.

Isso permitiria distribuir renda, transformar o transporte em algo menos injusto e dar um primeiro passo para a inclusão da fração dos 39 milhões de excluídos do transporte que cabe a Joinville.

Quanto a dizer que o aumento de tarifa ajuda a reversão da crise econômica, trata-se de uma falácia: quando, no Brasil, em fevereiro, a média diária de demissões foi de 8 mil, como pensar que excluindo ainda mais os trabalhadores do transporte – agora, em boa parte, trabalhadores desempregados – isso ajudará contra a crise? Em Joinville, já foram 4 mil demitidos.

Qual é a contribuição social de empresas que aumentaram a tarifa 109,2% acima da inflação de 1996 a 2008? Os únicos efeitos sociais disso foram enriquecer a si próprias e diminuir o acesso ao transporte a trabalhadores e estudantes.

É necessário avançar para o fim da exploração privada do transporte, substituindo-o pela intervenção pública, com uma empresa pública e democrática, na qual a voz do cidadão seja ouvida. Osmar Silva diz que “somos, sim, a favor do aumento de passagem”. Nós quem, cara-pálida?


Publicado no Notícias do Dia em 22 de abril de 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

E o compromisso, Kennedy?

Não foi só com a população que Carlito Merss (PT) não cumpriu a palavra. O deputado estadual Kennedy Nunes (PP), que é autor da proposta de baixar a água e reduzir a taxa de esgoto de 80 para 50%, afirma no vídeo acima o compromisso. Abaixo, entrevista de Kennedy ao jornalista Jefferson Saavedra dizendo que não vai romper com a gestão petista.

"Só rompo no caso do ônibus", diz Kennedy

O deputado Kennedy Nunes (PP), aliado de Carlito Merss (PT) no segundo turno, diz que não pretende romper com o prefeito de Joinville por causa da concessão do aumento na tarifa de água. Mas admite a possibilidade de se afastar do petista caso seja concedido a reajuste da tarifa do ônibus. "O que eu falei na campanha era que tinha de acabar com a tarifa mínima [cidadão que consome até dez metros cúbicos paga um valor fixo, mesmo que tenha utilizado um só metro]; reduzir a tarifa do esgoto de 80% para 50%; e diminuir a tarifa social pela metade".

"A tarifa mínima pelo consumo está em estudos, não dá para fazer na canetada. Quanto ao esgoto, vamos esperar a aprovação da lei federal. E o Carlito me convenceu de que é melhor ampliar o número de famílias atendidas do que reduzir o valor da tarifa social. Outra coisa: eu apoiei um candidato que aderiu às minhas propostas, mas que tem quatro anos de mandato. Não posso agora meter a faca no pescoço", diz Kennedy Nunes.

Kennedy Nunes pensa diferente em relação ao aumento da passagem do ônibus. "Nesse caso não tem conversa. Não me interessa se as planilhas estão corretas. É preciso decisão política. Na campanha, discutíamos como reduzir a passagem. Não tinha o pedido de aumento. Então que não suba, por meio de subsídio. Se o Carlito demonstrar vontade política, de reservar subsídio no próximo ano, podemos conversar", alega o deputado.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Onde está o compromisso?

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Prefeito Carlito Merss não cumpre promessa de campanha e autoriza aumento de 6,41% na conta de água




O prefeito Carlito Merss (PT) voltou atrás em sua promessa de campanha e autorizou o aumento de 6,41% na conta de água dos joinvilenses, na sexta-feira, 17 de abril. Antes de assinar o decreto, Carlito dizia que prometeu "discutir" o preço da tarifa, mas não necessariamente baixá-lo. O jogo de palavras, entretanto, é falso, pois tanto em seu programa de rádio quanto no televisivo, a promessa é reafirmada. Ela não é dita pela boca do então candidato, mas é ilustrada a todo momento no rol de promessas feitas pelo petista, como na imagem acima.

No site do então candidato, ainda disponível aqui, também é dito, textualmente. "Confira novamente os compromissos do nosso candidato. Entre eles está a recuperação do Cachoeira, a redução da taxa de água e do esgoto, a criação do turno integral, o fim do turno intermediário e o orçamento participativo."

O PSOL pergunta: onde está o compromisso?

Diferentemente do PSDB, do DEM e da velha direita, que pretendiam privatizar a Companhia Águas de Joinville (CAJ) através das parcerias público-privadas, o PSOL defende uma Companhia 100% pública,garantindo o compromisso com o bolso dos trabalhadores, e não com o bolso da iniciativa privada.

Veja no vídeo acima a promessa de campanha.

domingo, 19 de abril de 2009

Quem é quem

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) trabalha com o conceito de direção coletiva, onde todos os militantes participam das reuniões e decidem os caminhos a seguir. Por exigência legal, deve existir uma diretoria para o partido. Veja quem é quem abaixo.


Presidente
Willian Luiz da Conceição, 21 anos
Willian é estudante de História na Univille e trabalha em uma empresa de e - marketing. Foi filiado ao PT, membro-fundador do Movimento Passe Livre (MPL), membro do grêmio Albano Schmidtt da Escola Técnica Tupy (ETT), e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Viveu sete meses em um acampamento do MST em Caçador, onde trabalhou na formação política e como educador. Voltou para a cidade em novembro do ano passado, trabalhando no setor de Relacionamento com a Sociedade pelo MST. Em dezembro, se filiou ao PSOL.



Tesoureira
Vanessa Costa da Rosa, 21 anos
Vanessa é estudante de Artes Visuais na Univille e milita no Movimento Passe Livre há quatro anos. É bolsista do Programa Arte na Escola. Nunca foi filiada a nenhum partido político e entrou no PSOL no final de 2008.







Secretário Geral
Sandovan Vivan Eichenberger, 25 anos

Psicólogo formado pela Associação Catarinense de Ensino (ACE), Sandovan também é membro-fundador do Movimento Passe Livre. Foi membro do Centro Acadêmico de Psicologia Michel Foucalt da ACE.








Secretário de Organização
Ivan Rocha de Oliveira, 26 anos

Ivan é sócio em uma pequena empresa de e – marketing de Joinville. É membro do movimento Hip-hop e ex-militante do PC do B na cidade. Em Florianópolis, já teve contatos com o movimento Consulta Popular. Filiou-se ao PSOL no final do ano passado.







Secretário de Comunicação
Clayton Felipe Silveira, 24 anos

Felipe é estudante de Jornalismo no Bom Jesus/Ielusc e é membro do Diretório Acadêmico de Comunicação Social Cruz e Souza (Dacs). Foi filiado ao PT e participou de movimentos contra aumento da tarifa de ônibus. Entrou para o PSOL em 2009.

domingo, 12 de abril de 2009

O papel do militante num partido socialista

O papel do militante num partido socialista

Escrito por Willian Luiz da Conceição


O militante nada mais é do que um lutador. Mas não qualquer lutador, que entra no campo de batalha apenas para fazer valer seus esforços, conquistar seus meios de subsistências, seu pão, sua casa, sua vestimenta. Se esses fossem seus objetivos ele perderia todo seu caráter transformador da realidade social, política e econômica. Leia-se sua capacidade de modificação da condição de domínio e exploração que é imposta a grande parte do mundo.

A responsabilidade do militante é especialmente com seus valores. Deve ter dedicação ao trabalho, ao estudo, à responsabilidade com o projeto socialista, aos camaradas e à integridade política. Deve ainda ter esperança na vitória da luta.

Nós militantes temos o papel de construir instrumentos de teoria e prática para a luta social e política no trabalho de base, de organização e de formação da consciência dos trabalhadores, dos oprimidos e da juventude, para a superação da sociedade capitalista e da “construção do novo homem e da nova mulher” (Che Guevara).

Deveremos ter nas frentes de atuação e na construção do partido grande rigor e vitalidade física, emocional e ideológica para a superação dos desafios. É na prática social e nas lutas políticas junto aos dominados que deveremos lançar todo nosso comprometimento, radicalização, humildade e persistência, para de todas as formas atormentarmos a burguesia na encarniçada luta que a derrubará.

Para podermos construir a organização que assumirá papel decisivo na luta entre as classes e deserdados, nós socialistas teremos que possuir muito fôlego revolucionário na consolidação de teoria e prática (práxis) que diagnostique os problemas e dilemas que afetam a sociedade de exploração capitalista, identifique angústias, impasses e contradições da luta de classes e ofereça respostas para solucioná-las.

Em toda nossa vida militante teremos que defender nossas opções políticas de forma clara e firme “não se deixando cooptar, não se deixando esmagar e lutando sempre” (Florestan Fernandez). Devemos ainda ajudar a construir o projeto estratégico do partido. Sobre ele: “Não se trata, portanto, da imposição de uma receita pré-estabelecida, hermética, fechada, imune às mudanças na realidade objetiva e a experiência viva das lutas sociais do nosso povo. Pois definir seus balizadores iniciais de estratégia e de princípio não significa estabelecer qualquer restrição a constantes atualizações, para melhor compreender e representar as novas demandas populares” (Programa do P-SOL).

Nós, dispostos a construção da causa socialista, não podemos separar vida pessoal de idéia política e tarefa revolucionária. Não há uma parte de nossas vidas que seja apenas doada à política, como um passar de tempo ou uma distração momentânea. O diletantismo não pode ser aplicado à militância.

Precisamos estar disponíveis, mobilizados e organizados permanentemente para nossa tarefa, assim como um soldado ou combatente no sentido etimológico, cujo termo se refere à dedicação, consciência e disciplina para a causa da revolução. E a tarefa do militante e do partido é de conscientizar a todos que a destruição da natureza, as guerras, a especulação financeira, o aumento da super-exploração do trabalho e da miséria extrema não são decorrentes de causas naturais e, sim, conseqüências do capital. O militante socialista deve “expor aos oprimidos sempre a verdade sobre a situação para abri-lhes o caminho da revolução” (Trotsky). Assim como o proletariado, ele “não deve temer nenhuma autocrítica, pois somente a verdade pode trazer sua vitória, e a autocrítica deve ser, por isso, seu elemento vital” (Georg Lukács).

Possuímos ainda a difícil tarefa de construir o partido. Ele será nossa ferramenta de condução da classe trabalhadora ao rompimento com o capital e todas as suas formas de domínio. O partido é o único instrumento capaz de elaborar uma estratégia que conduza os trabalhadores à vitória sobre a burguesia. Entretanto, não poderemos construí-lo se todas as partes envolvidas não se determinarem de forma sólida e séria.

O partido deve formular respostas para dois vetores, por duas idéias-força: como se dará a tomada do poder e a construção desse novo poder - o poder proletário.

A construção do partido se dará em diversas frentes de luta: A econômica, através das reivindicações dos trabalhadores por melhores salários, condições de trabalho, etc. Essa luta é justa e legítima, porém extremamente limitada numa perspectiva revolucionária por se restringir aos interesses imediatos dos operários, trabalhadores... Ela é incapaz de ultrapassar os muros das fábricas e articular, além dos trabalhadores que lá atuam, as diversas classes e camadas oprimidas pelo capital, pelo Estado e pela Burguesia.

Deste modo, a luta revolucionária e do partido adquire uma autonomia relativa diante do econômico e se dedica à frente política global, que supera os limites da situação concreta dos operários para interlocutar com todos os grupos oprimidos da sociedade, denunciando não apenas a opressão do trabalho pelo capital, mas todas as formas de opressão.

Lênin, em 1914, estabeleceu as diferenças entre o trabalho do militante sindicalista e do militante socialista, o primeiro limita-se à luta econômica, o segundo é um tribuno popular, capaz de agitar as massas e denunciar toda e qualquer manifestação do sistema social de dominação. Daí a noção de que a classe operária só se educa na ideologia socialista através de sua inserção na arena da disputa política. A conseqüência prática mais decisiva dessa formulação é a necessidade de organizar a revolução. Sendo assim, a luta política torna-se um ato de criação da história e da revolução, cuja decorrência será a criação da nova sociedade.

Os militantes socialistas são organizadores da classe trabalhadora e explorada, formam o partido que tem por objetivo conduzir o movimento revolucionário. Só o partido e suas células serão capazes de mostrar o caminho para o movimento da classe operária, estendendo seu projeto histórico para o conjunto das classes exploradas e oprimidas e construindo a hegemonia proletária sobre o campo popular – inclusive o cultural. Além disso, este instrumento com plena democracia nas discussões, debates e formulações, mas centralizado e disciplinado na ação, composto de militantes responsáveis e totalmente dedicados à ação revolucionária, é o mais eficaz para o desenvolvimento da luta revolucionária nas condições da sociedade de classes brasileira. Ele não só é o instrumento mais ágil na arena política em que a sociedade civil praticamente inexiste e a sociedade política quase se confunde totalmente com o governo lulista. Ele é o instrumento capaz de salvaguardar a acumulação teórica e prática do movimento diante dos golpes deferidos pela burguesia e seus aliados através do governo Lula.

A tarefa do militante também é de combater qualquer sinal de burocratização e autoritarismo que venha ocorrer no interior do movimento de esquerda e no próprio partido. Deste modo, o Partido Socialismo e Liberdade (P-SOL), assim como os partidos de esquerda identificados com os interesses históricos da classe operária, deve buscar ser a síntese do movimento revolucionário. Sua capacidade de direção emana diretamente de sua articulação orgânica com as classes subalternas, particularmente com a classe operária. E deve buscar capacidade para traduzir a dinâmica das contradições sociais e as demandas populares na proposição de ações concretas e na elaboração de um projeto político claro e acessível. Portanto, a capacidade de direção dos militantes se baseia na sua hegemonia no interior do movimento revolucionário e junto às classes exploradas.

“Mas quem é o partido? Ele fica sentado em uma casa com telefones? Seus pensamentos são secretos, suas decisões desconhecidas? Quem é ele? Nós somos ele. Você, eu, vocês – nós todos. Ele veste sua roupa, camarada, e pensa com sua cabeça. Onde moro é a casa dele, e quando você é atacado ele luta.” (Brecht).

O compromisso do Partido Socialista com a construção de um mundo novo e a consciência de sua ação social só será adquirida por meio de um duro aprendizado teórico e prático, forjado nas condições duríssimas das lutas políticas, sociais e econômicas. A autonomia dos movimentos sociais e populares e os instrumentos de mobilização e luta dos trabalhadores são condições não só para a socialização da política, mas para a socialização do poder político. São, portanto, condições para o estabelecimento da democracia socialista, pois transferem para os trabalhadores o processo de tomada de decisões.

Esta experiência não elimina o exercício da direção política, da condução do processo político a partir de um projeto histórico, mas o faz emergir do consenso democraticamente estabelecido e não da ocupação privilegiada de funções dentro do Partido. Por isso é uma direção permanentemente assentada na hegemonia, pois é produto do processo coletivo e democrático de tomada de decisões. Este elemento é decisivo para operacionalizar o fim da diferença entre dirigentes e dirigidos. Ele elimina o burocratismo como mecanismo de dominação e prevalência da vontade política de um aparelho sobre outros.

A consciência dos trabalhadores é portadora de elementos revolucionários e contraditórios com a consciência burguesa. Ela cumpre o papel de cimentar a objetividade da contradição social com a subjetividade revolucionária, leia-se ideologicamente relacionada com os interesses classistas. “Venha para o partido que não oferece nenhum privilégio nem vantagens. Se alcançarmos a vitória, construiremos um novo mundo. Se formos derrotados, lutaremos até o ultimo homem”. (Barmim, Jovem Bolchevique).

O partido, ou os partidos de esquerda, deve manter uma relação de complemento e de ligação com os instrumentos de luta social, não como dirigismo e de supremacia forjada. O papel de síntese que realiza, e de onde pode construir sua direção política, não se baseia no seu exclusivismo revolucionário e nem na subordinação destes instrumentos como correias de transmissão. Baseia-se em sua capacidade de formular e defender um projeto político cuja universalidade contemple as demandas específicas e localizadas, e na defesa da autonomia e das especificidades dos diversos instrumentos de luta e mobilização dos trabalhadores. ”O indivíduo tem dois olhos, o Partido tem mil olhos. O Partido vê sete Estados, o indivíduo vê uma cidade. O indivíduo tem sua hora, mas o Partido tem muitas horas. O indivíduo pode ser liquidado, mas o Partido não pode ser liquidado. Pois ele é a vanguarda das massas, e conduz a sua luta, com o método dos clássicos, forjados a partir do conhecimento da realidade”. (Brecht).


Willian Luiz da Conceição é militante e presidente do Partido Socialismo e Liberdade – Joinville.

sábado, 11 de abril de 2009

Vitória! Moradores da ocupação do Ulysses Guimarães poderão ficar

O fantasma do despejo não assombra mais as 120 famílias que vivem em uma ocupação no bairro Ulysses Guimarães, entre os loteamentos Loureiro e Juquiá, zona Sul de Joinville. As famílias eram ameaçadas de despejo pela Secretaria Municipal de Habitação, comandada por Alsione Gomes de Oliveira Filho (PDT).

A decisão foi anunciada após uma audiência na última segunda-feira, entre o secretário, moradores da ocupação, militantes do PSOL, Centro de Direitos Humanos, Associação de Moradores do Adhemar Garcia, vereador Adilson Mariano (PT), entre outros.

A audiência só ocorreu por conta de um confronto entre Polícia Militar e moradores. A PM estava lá para apoiar a derrubada dos barracos. Os moradores resistiram ao ataque, formando um cordão humano para impedir o trabalho dos fiscais da Secretaria de Habitação. Os PMs chegaram a utilizar spray de pimenta e balas de festim.

Agora, após pressão popular, os moradores poderão ficar. Além disso, serão inscritos no programa habitacional da prefeitura. A fila registrada atualmente é de 13 mil pessoas, sendo que algumas já esperam uma casa há mais de 10 anos.

Outro avanço conquistado nas negociações foi o acompanhamento da ocupação pela Secretaria de Assistência Social. Mesmo assim, a Habitação fez algumas restrições. Moradores não podem reformar os barracos, nem construir banheiros nas casas. Só serão aceitas reformas com aval da Assistência Social.

Nota sobre a ocupação do Ulisses Guimarães

O Partido Socialismo e Liberdade vem por meio desta nota externar sua posição favorável ao direito à moradia da população que hoje reside precariamente na ocupação do bairro Ulisses Guimarães. Entendemos que a moradia, direito básico e humano fundamental, deve ser garantida e prevalecer sobre qualquer outro interesse.

Boa parte da população local já possui há vários anos cadastro na Secretaria de Habitação e espera, alguns até há 9 anos, consolidar seu direito à moradia. São pessoas que sempre viveram de aluguel, reféns da especulação imobiliária e que viram a possibilidade de alcançarem o direito à casa própria. A situação se faz agravada pela crise econômica que já destruiu 4000 empregos formais em Joinville e cujo impacto na economia informal – da qual a maior parte dos moradores da ocupação pertencem – está para ser calculado.

Reivindicamos que a área seja regularizada ou que haja garantia plena de realocação dos moradores. O problema social em jogo é de primeira gravidade e exige uma solução rápida que garanta a paz de consciência, sem ameaças de despejo forçado, dessa população trabalhadora.

Partido Socialismo e Liberdade – Joinville

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Nota pública de apoio à luta da APRASC

A comissão Provisória do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Joinville vem expressar, por meio desta nota pública, seu total apoio à luta da Associação dos Praças de Santa Catarina (Aprasc). A luta dos praças e seus desdobramentos nunca antes foram vistas em Santa Catarina. Entendemos que se existe uma lei garantindo a reposição salarial, não há argumentos para que o governo não a cumpra.

Além disso, repudiamos a repressão aos praças, a censura a sua página na internet e a perseguição dos praças vinculados à Aprasc.

O PSOL Joinville também apóia a íntegra da carta de reivindicações da Aprasc, reproduzida abaixo.

- EFETIVAÇÃO IMEDIATA DA LEI 254.

- ABERTURA DE NEGOCIAÇÕES EM TORNO DA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES DA APRASC.

- NENHUMA REPRESSÃO OU PUNIÇÃO AOS PARTICIPANTES DO MOVIMENTO.

- FIM DA CENSURA AO SITE DA APRASC.

- EM DEFESA DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E EXPRESSÃO.

- EM DEFESA DA LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL E DE ASSOCIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POPULARES.

- CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS POPULARES.


Partido Socialismo e Liberdade (PSOL/Joinville)

Nota de Apoio a Frente de Luta pelo Transporte Público

O PSOL Joinville vem através desta nota expressar seu apoio e solidariedade à Frente de Luta pelo Transporte Público, assim como seus princípios de autonomia e independência.

Compreendemos que o aumento da tarifa vai contra as condições de vida dos trabalhadores e da juventude da cidade, aprofundando o processo de exclusão que já impera todos os dias em nossa cidade. Trata-se da defesa de uma política de democratização do sistema de transporte, capaz de assegurar aos cidadãos o direito a diversas áreas do desenvolvimento humano, assim como: acesso a cultura, o lazer, a educação, ao trabalho, entre outros.



Não aceitamos de forma alguma que os interesses de duas famílias oligárquicas e tradicionais de nossa cidade fiquem acima dos interesses e necessidades da maior parte da população sendo que o transporte público é um serviço essencial e deve ser tratado como tal.

Somos contra qualquer aumento da tarifa! Pois não podemos aceitar que os interesses coletivos fiquem abaixo dos interesses privados. Além disso, a alguns anos os joinvilenses sentem o processo de sucateamento (ônibus cada vez mais lotados, diminuição de linhas etc.) apresentado assim o processo de irresponsabilidade e incapacidade das empresas em gerir o sistema de transporte coletivo.


Não a qualquer subsidio! O PSOL não aceita assim como a Frente nenhuma forma de repasse de dinheiro público para a iniciativa privada, pois trata-se nesse momento de retirar de outras áreas essenciais como saúde e educação, para alimentar o lucro das empresas que exploram o sistema sem nenhum controle público e de forma irregular a mais de 40 anos.



Defendemos Auditoria das Planilhas e de TODO Sistema de Transporte! Por não termos qualquer confiança nos dados apresentados pelas empresas (Transtusa e Gidion) através da planilha, cobramos do poder público joinvilense que convoque um instituto independente e idôneo capaz de realizar não somente estudo da planilha, mas que realize auditória no sistema de transporte com participação popular. Sendo que auditórias semelhantes foram realizadas em Blumenau (2006), Curitiba e São Paulo, apresentando sempre o mesmo resultado: redução nas tarifas.


Publicização do Debate acerca da Possibilidade de Aumento! Defendemos que o governo do PT deve abrir a "caixa-preta" do transporte coletivo através de audiências públicas para ouvir a população, sendo que o Poder Executivo de Joinville, que é o poder concedente, deve democratizar e debater não somente os dados apresentados, mas ouvir e estudar outras formas de gerir o transporte que não seja onde impere a lógica do lucro.


Passe Livre Estudantil sem aumento de tarifa! O Passe Livre Estudantil é uma reivindicação histórica da juventude de Joinville que deverá dar acesso a uma cada vez maior juventude que são privados do seu Direito a educação, a cultura e ao lazer – leia-se aos espaços públicos da cidade. Sendo que metade dos bairros da cidade não tem, por exemplo, escolas de ensino médio, escolas profissionalizantes, as faculdades são em regiões centrais ou no Bom Retiro. Como o estudante humilde vai fazer este deslocamento se não utilizar o transporte coletivo? É dever o poder público que garantir tal Direito e sem acarretar qualquer aumento ao resto da população.


Criação de uma empresa pública de transporte! Em 2013 vence a concessão de legalidade discutível do transporte coletivo à Gidion e Transtusa. É preciso que o povo trabalhador, os movimentos populares e estudantil, bem como os sérios formadores da opinião pública e organizações políticas, defendam o retorno deste serviço para a prefeitura municipal, através da constituição de uma empresa pública de transporte coletivo que atendam os interesses de TODA a população joinvilense.


Partido Socialismo e Liberdade (P-SOL/Joinville)

Joinville, 17 de Março de 2009

PSOL Joinville tem nova comissão provisória

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Joinville está entrando em uma nova fase. No último domingo (5 de abril), os membros do partido elegeram sua nova comissão provisória. Willian Luiz da Conceição, técnico em telecomunicações e estudante de História, é o novo presidente do PSOL na cidade.

Também são membros da comissão provisória a estudante de Artes Vanessa Costa da Rosa (Tesoureira), o psicólogo Sandovan Vivan Eichenberger (Secretário Geral), o micro-empresário Ivan Rocha de Oliveira (Secretário de Organização) e o estudante de Jornalismo Clayton Felipe Silveira (Secretário de Comunicação).

"O desafio do PSOL nessa nova fase é a reorganização do partido com um partido socialista, que compreenda e consiga formular respostas as necessidades dos trabalhadores e explorados, a capacidade para traduzir a dinâmica das contradições sociais e as demandas populares na proposição de ações concretas e na elaboração de um projeto político socialista", afirmou o presidente.

"O desafio também trata-se de contribuir com a construção dos movimentos sociais e organizações populares da cidade, respeitando a autonomia e independência dos mesmos", definiu.