segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Deputado evangélico quer institucionalizar propaganda antiaborto nas escolas de Santa Catarina

Kennedy Nunes (PSD) propôs a criação do "Dia do Nascituro"


O deputado estadual Kennedy Nunes (PSD) apresentou um projeto na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) que pretende criar o "dia do nascituro", a ser "comemorado" em oito de outubro. O deputado é membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus e desponta como um dos favoritos na disputa da Prefeitura de Joinville, maior colégio eleitoral do estado.

O Projeto de Lei 362.2/2011 propõe ainda a institucionalização de uma verdadeira campanha antiaborto na rede pública estadual de ensino. O texto prevê que o governo terá que incentivar as escolas a abordadem junto aos estudantes, professores, funcionários e comunidade escolar palestras, trabalhos e atividades com o tema "O Direito do Nascituro à vida".

"Nascituro" é o termo utilizado no ambito jurídico para dizer "feto". Existe, inclusive, um projeto no Congresso Nacional criando o "Estatuto do Nascituro", concedendo diversos direitos às pessoas não nascidas.

O objetivo principal dessas propostas é não só acabar com o direito já garantido às mulheres de realizar o aborto em caso de estupro ou quando a gravidez coloca em risco à vida da mãe, mas também, enterrar todo e qualquer debate em torno da descriminalização do aborto no Brasil.

Quase 40% da população mundial vive em países onde o aborto é legalizado

A proposta de Kennedy vai na contramão dos direitos das mulheres. Em todo o mundo, cada vez mais países legalizam o aborto seguro, por entender que a proibição não impede a prática, o que via de regra deixa sequelas e causam até a morte de quem se submete ao aborto ilegal. 

Segundo dados do Center for the Reproduction Rights, 40% da população mundial vive em países onde o aborto já é legalizado, entre eles, Portugal, Estados Unidos, Canadá, Rússia, entre outros. Veja mapa abaixo. Os países em azul claro já legalizaram totalmente o aborto. 


2 comentários:

Circus disse...

Que vergonha hein deputado!!!!

Fundamentalismo religioso pisando nos direitos humanos e propondo retrocesso.

Unknown disse...

Isto não faz apologia ao fundamentalismo religioso, um individuo dotado de conhecimento seja ele pelo principio de Descartes, ou seja pela razão, ou pela "priori ou posteriori", será detentor do mínimo de ética e caráter moral. O que nos faz pensar de uma sociedade depreciada que legaliza e incentiva ao aborto, ou permite caso seja especial, isto revela o futuro dessa nação, o futuro obsoleto para essa sociedade imoral e corrompida, que interferem no principio das leis biológicas, físicas e elevam o egoismo humano acima de tudo.