terça-feira, 27 de abril de 2010
Carta contra a ditadura
terça-feira, 20 de abril de 2010
Estudo aponta que ambiente de trabalho adoece professor
14/07 - 17:48
Pesquisa no RS revela uso constante de tranquilizantes e antidepressivosMaria Carolina Nomura
A falta de organização do ambiente de trabalho e o assédio moral promovido por alunos ou por dirigentes de instituições de ensino privado são as principais causas da má qualidade da saúde dos professores no Estado do Rio Grande do Sul. É o que aponta estudo feito pela Federação dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino Privado no Rio Grande do Sul (FeteeSul) em parceria com o Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat).
O levantamento indica que o professor está adoecendo em razão do trabalho e que continua a trabalhar, mesmo adoecido. Rouquidão e perda da voz foram apontadas como principais manifestações físicas de problemas de saúde dos profissionais (49%), seguidas de problemas alérgicos (47%) e tendinite e problemas de articulação (44%).
A pesquisa Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores nas Instituições de Ensino Privado do Rio Grande do Sul, feita com 230 professores, indica ainda que 21% dos profissionais utilizam tranquilizantes para suportar a rotina, 20% tomam antidepressivos e 17%, estimulantes.
A professora de artes Ana Tomasi, 52, é uma das profissionais que compõem a estatística. Educadora há 23 anos, toma remédio contra a depressão há mais de dois anos e afirma que vai continuar com a prática até se aposentar. “Eu trabalho muitas horas além do normal e tenho muita dor nas mãos. Também tomo medicamento para relaxamento muscular.”
Causas - Para Wilson Campos, coordenador da pesquisa e técnico do Diesat, o profissional é levado a suportar esse ambiente de trabalho, apesar das pressões, em virtude da alta competitividade entre eles e da necessidade de manter-se no emprego. “O que mais me impressionou foi o estado das relações humanas do ensino privado. O nível de atrito e de conflito é muito alto. A competitividade estimulada entre as instituições de ensino e dentro da própria instituição me saltou aos olhos”, diz.
Wilson acrescenta que como o número de alunos vem caindo, as instituições estão mais agressivas no seu gerenciamento interno. A consequência disso, acredita o coordenador, é o assédio moral dos professores, principalmente, pelos alunos.
De acordo com a pesquisa, 33% dos professores sentem-se agredidos moralmente por alunos, 31% por seus chefes e 23% pelos próprios colegas.
Humilhação virtual - A professora de educação física Etiene Silveira, 42, diz ter sido vítima de assédio moral de seus alunos. Trabalhava havia 14 anos em um colégio quando descobriu que um grupo de alunas havia feito uma comunidade no site de relacionamentos Orkut contra ela.
“Diziam que me odiavam e me xingavam. Eu fui à direção e disse que não toleraria esse tipo de comportamento. Pedi que eles tomassem uma providência. No final do ano, fui demitida.”
Conheça alguns dos principais resultados da pesquisa:
Manifestações físicas de problemas de saúde
Rouquidão e perda da voz – 49%
Problemas alérgicos – 47%
Tendinite e problemas de articulação – 44%
Enxaqueca – 33%
Gastrites – 27%
Obesidade – 23%
Hipertensão – 19%
Câncer – 2%
Assédio moral
33% dos professores sentem-se assediados moralmente por alunos
31% por seus chefes
23% por professores
Estresse crônico
47% dos professores afirmam sentir constantemente esgotado e sob pressão mais do que o habitual
41% sentir irritação ou impaciência
17% vivenciaram ou presenciaram violência na escola
Fonte: pesquisa Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores nas Instituições de Ensino Privado do Rio Grande do Sul. Federação dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino Privado no Rio Grande do Sul (FeteeSul) e Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho (Diesat). Base: 230 professores.
Fonte: IG.
domingo, 18 de abril de 2010
O debate das cotas raciais
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Dossiê sobre a ditadura no Brasil
terça-feira, 13 de abril de 2010
Estudo do Psol mostra que tarifa teve aumento acima da inflação
Se a tarifa do transporte coletivo em Joinville fosse reajustada de acordo com a inflação, a passagem deveria custar apenas R$ 1,35. Um estudo realizado pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), no entanto, mostra que a tarifa aumentou 280%, enquanto a inflação acumulada do período foi de 146%. (dados do IBGE). Ou seja, a tarifa aumentou 134% a mais do que o índice.
Foram analisados dados desde 1996, quando a passagem custava R$ 0,60. Em 1997 já ocorreu um aumento acima da inflação. Desde então, a tarifa registrou um aumento de 280%. Se o reajuste fosse feito de acordo com índice, a passagem custaria por volta de R$ 1,35, cerca de R$ 0,95 a menos do que a atual (R$ 2,30). De acordo com a pesquisa de orçamentos familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Catarina é o estado em que as famílias mais gastam com transporte coletivo (cerca de 21% do orçamento doméstico). O alto preço da tarifa em Joinville contribui para que o estado tenha esse dado nada favorável.
Para o Psol, os empresários do setor não utilizam a inflação para justificar o aumento, considerando mais importantes o preço do diesel e outros insumos. O partido entende que este debate está desvirtuado. Se o índice mais básico que serve de data-base da imensa maioria dos trabalhadores é a inflação, logo, parte significativa dos salários acompanha esse índice. Se o transporte utiliza outros índices, ele passa a ser uma anomalia social, pois tem seu aumento completamente descolado dos salários. A tarifa, então, passa a ser impraticável, anti-social e expulsa usuários do transporte coletivo, como ocorre em Joinville. Portanto, ao desprezar esse índice, tanto empresas como o poder municipal, acabam por fomentar um transporte, antes de tudo, não público. Por isso, fazer o debate sobre o índice da inflação é uma orientação política: ou arranja-se soluções que atinjam as raízes do problema do transporte ou, no mínimo, garante-se aumentos que acompanhem a inflação.
É evidente que o PSOL pensa um transporte para além do atual modelo, que não seja privatizado e que não sirva de lucro a famílias tradicionais da cidade. Dessa forma, acompanha as manifestações políticas em torno desse tema e compõe a frente de luta pelo transporte com os movimentos sociais de Joinville. Neste momento, porém, é preciso mostrar que as atuais empresas são incapazes de praticar um preço de transporte minimamente acessível que, mesmo sem ser público, conseguisse abarcar uma boa gama de usuários. Ao contrário, permanecem na lógica de transformação do transporte em uma mercadoria cada vez mais cara e acessível a poucos, fazendo sua parte na construção do caos urbano.
Psol Joinville - 09 de abril de 2010