domingo, 28 de março de 2010

Secretário de Habitação visita o Juquiá


A pedido da comissão de apoio ao Juquiá, o secretário de Habitação Alsione de Oliveira visitou a comunidade nesse domingo (28/03) pela manhã com o objetivo de esclarecer algumas pendências dos moradores. O evento reuniu cerca de 50 pessoas na igreja do Centro de Integração Social “Um Novo Dia”.

Sobre a urbanização do bairro Ulysses Guimarães, o secretário disse que devido ao fato do atual projeto da Caixa Econômica exigir uma contrapartida da prefeitura – que teria de asfaltar as ruas do bairro – para então ser implementada a drenagem, as obras não começaram. O secretário disse que o projeto seria modificado, exigindo uma contrapartida menor (asfalto e drenagem de apenas duas ruas, Dilson Funaro e Paulo Reinert) e as obras começariam em cerca de 60 dias (esgoto sanitário e ensaibramento das ruas não contempladas com pavimentação). Não há prazo, pois a nova licitação não contempla, para inicio das obras de drenagem e pavimentação.das demais ruas. O secretário visitou o Juquiá em Setembro do ano passado e prometeu que as obras começariam em 60 dias, mas até agora nada foi feito.

Alsione ainda disse que dos cerca de 1900 contratos fechados através do programa “Minha Casa, Minha Vida”, apenas 780 eram dedicados às famílias com faixas salariais de 0 a 3 salários (imóveis no valor de 42 mil reais). A prefeitura estava tentando ampliar esse número por meio da doação de terrenos, com vistas a baratear os custos da produção de moradias e atrair empreiteiros. O prazo de entrega das primeiras casas é entre um ano e um ano e seis meses.

Os moradores fizeram várias intervenções, destacando as péssimas condições do bairro. Eles ressaltaram a falta de saneamento, a lama permanente nas ruas, as cheias das marés, que ainda atingem algumas casas, e a necessidade de regularização das moradias. A simplicidade de expressão dos moradores não foi obstáculo para que exprimissem a sua insatisfação política. O saldo da reunião foi, por um lado, positivo, por mostrar a união que liga os moradores, que permanecem em alerta pelo cumprimento de seus direitos. Mas também negativo, porque foram refeitas propostas antigas, apenas com novos prazos, sem nenhuma solução imediata para pessoas que ainda vivem em condições subumanas.

A Associação de Moradores do Adhemar Garcia foi representada pelo presidente, Moacir Nazário, e a militância do PSOL, pelos militantes Kleber, Hernandez e Marcos Alves.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Mais um aumento da tarifa de ônibus?



O prefeito Carlito Merss anunciou mais um pedido de aumento da tarifa de ônibus por parte das empresas concessionárias. Esse pedido de aumento está avaliado em cerca de 13%, o que elevaria a tarifa de R$2,30 para R$2,60.

A inflação do último ano foi de 4,31%. De 1996 até 2009 a passagem de ônibus aumentou mais de 250%, enquanto que a inflação aumentou pouco mais de 136%. Se a tarifa de ônibus aumentasse na mesma proporção da inflação – o que, se não é exatamente justo, pelo menos, em tese, significaria a recomposição do salário de uma boa parte dos trabalhadores – hoje custaria cerca de R$1,40.

Os números ilustram a situação política do transporte em Joinville. Política porque diz respeito, antes de tudo, a decisões que poderiam ter interferido no curso desse serviço que se tornou um dos maiores problemas dos joinvilenses. É necessário reconhecer que as atuais empresas são incapazes de prover justamente aquilo que se propõem, isto é, mobilidade urbana. Ao contrário, pondo o lucro em primeiro plano, mantém um serviço de altíssimo preço e de qualidade cada vez mais duvidosa, basta apenas andar em um ônibus por volta das 18h averiguar isso.

Se a iniciativa privada é falha, o poder público não é melhor. Até agora, a gestão Carlito demonstrou fraqueza e uma completa falta de iniciativa política. Em 2009 cedeu aos interesses empresariais aumentando a tarifa e perdeu sua credibilidade com os movimentos sociais ao prometer um amplo debate sobre transporte que simplesmente não ocorreu. Mesmo a proposta de licitação que vêm se desenhando pelo IPPUJ não revê o modelo privado de transporte, mas apenas abre-o à concorrência – o que, segundo inúmeros exemplos pelo Brasil, nem de longe resolve a exclusão do transporte – e, pior, ainda prevê que a concessão poderá durar 20 anos.

É preciso pensar um modelo alternativo de transporte. Verdadeiramente público, que não priorize o lucro e que seja capaz de prover mobilidade urbana e permitir que a população desfrute inteiramente da sua própria cidade. A iniciativa privada mostrou sua incapacidade, o poder público não foi além de ceder aos interesses empresariais. Esse é o momento de escutarmos as propostas alternativas dos movimentos sociais ou então serão mais 20 anos de aumento de tarifa e exploração do transporte.

Hernandez Vivan, joinvilense, estudante de Filosofia da Universidade Federal do Paraná e militante do PSOL Joinville, jarivaway@gmail.com

Francisco de Oliveira: “Lula salga a terra por onde passa”



Francisco de Oliveira, sociólogo, foi fundador do PT e, atualmente, é do Partido Socialismo e Liberdade (Psol)

1º/03/2010


Renato Godoy de Toledo

da Redação


Brasil de Fato - Como fundador do partido, o senhor acreditava que o PT seria o mais importante do país depois de 30 anos? Achava que seria dessa forma?

Francisco de Oliveira - Eu não acreditava que o PT seria o mais importante do Brasil. Até por ser um partido de base classista e pela sociedade brasileira não ser composta só de operários. Sociologicamente, nada indicava que ele tornaria-se o maior partido. E tornou-se: por qualquer critério, ele é o maior.


Mas eu não pensava que ele tornaria-se o que tornou. Tínhamos uma análise muito otimista. Exatamente por ele ter a base classista mais sólida da história brasileira, tínhamos uma outra ideia. Havia uma fiança dada pela sua origem de operários, da Igreja da libertação e do movimento de democratização. Achávamos que o partido se desenvolveria a partir de seu compromisso programático, não fazendo parte da “geleia geral” do sistema partidário brasileiro.



O PT deixou de ser um partido identificado eleitoralmente com a classe média e passou a ter grande representatividade nos mais pobres. Isso ocorreu da maneira que o petismo esperava?

Não, não ocorreu da forma que os socialistas esperavam. A perspectiva socialista não é a de “pobres”, mas de classe. Pensava-se que o PT devia ampliar em direção à classe social que compõe a base da sociedade. Mas não de uma maneira messiânica, carismática, que foi o que aconteceu. Portanto, o PT incorpora essas massas pobres como massas desorganizadas. Não é bom para o partido nem para a sociedade. Há um viés autoritário que denigre as classes pobres ao invés de elevá-las a condição de atores centrais da sociedade.



A candidatura de Dilma é consequência disso que o senhor chamou de “messianismo”?

Exatamente. A candidatura se deve ao fato de o PT não ter conseguido criar dentro do partido lideranças de classe. Sem desmerecer a Dilma, pois o fato de ela ter vindo de outro partido não a desmerece em nada. Mas isso mostra que o PT tornou-se propriedade do Lula e não foi capaz de formar uma carreira política para os seus militantes. Estão comemorando 30 anos achando que está tudo bem. Não está. Está mal. O partido não consegue ter um candidato ao governo de São Paulo, estado mais importante da federação, onde o PT nasceu. Tenta importar o Ciro Gomes, um estranho no ninho, que não tem nada a ver com as tradições de luta do PT. Isso mostra o fiasco do partido. Hoje o PT é um partido para-estatal que realiza na sociedade tarefas que são do Estado.



O senhor acredita que um eventual governo Dilma pode ficar à esquerda do atual?

Isso é retórica vazia. Dizer que estatização é programa de esquerda é não ter entendido nada do capitalismo contemporâneo. Este é sustentado por fundos públicos. A estatização é um programa da primeira década do século 20. Todos os países desenvolvidos já cumpriram esse programa. Nacionalizaram a terra, criaram bancos estatais, industrializaram setores industriais inteiros. Poderíamos chamar isso de a “doença infantil do estatismo”. Isso é um programa para fortalecer as empresas brasileiras e o Estado brasileiro como fiador do capitalismo, não tem nada a ver com esquerda ou socialismo.



O senhor concorda com o ex-ministro Tarso Genro, que afirmou que a escolha de Dilma é reflexo do vazio partidário após o mensalão?

A tese faz sentido, mas não foi resultado apenas da crise do mensalão. O Lula é uma liderança que salga a terra por onde ele passa, não deixa liderança nenhuma. Os trabalhadores não têm mais liderança e não têm presença forte na política. A CUT [Central Única dos Trabalhadores] é uma organização do “amém, sim senhor”. O mensalão acabou com lideranças expressivas no PT e aconteceu isso: teve que recorrer à Dilma.


Fonte: Brasil de Fato.

Almoço comemora um ano de ocupação no Juquiá


No dia 24 de janeiro ocorreu na comunidade do Juquiá, na zona sul de Joinville, bairro Ulysses Guimarães, um almoço comemorativo a um ano da ocupação do local por cerca de 100 famílias. As famílias passaram a ocupar o local por volta de 19 de janeiro de 2009, dando uma solução prática ao problema habitacional vivenciado por elas.

O almoço ocorreu no Centro de Integração Social “Um Novo Dia”. Os moradores arrecadaram alimentos entre si e fizeram um almoço cujo cardápio foi risoto de frango. Os próprios moradores cozinharam e serviram a comida.

Antes do início do almoço, foram feitas falas lembrando a importância de um ano de luta pela habitação. Além disso, o Centro de Integração Social luta por uma rádio comunitária, que já possuíam mas tiveram a licença cassada, o que foi informado aos moradores do Juquiá, convidando-os para integrarem essa luta. Por fim, foi feita uma oração e o almoço foi servido.

A militância do PSOL esteve presente enquanto comissão de apoio à ocupação, contribuindo com a organização dos movimentos sociais da cidade.

terça-feira, 16 de março de 2010

Militante do PSOL colabora na criação de grêmios

O professor da Escola Nagib Zattar e militante do PSOL Marcos Alves Soares contribuiu com o processo de formação do grêmio dessa escola recentemente. A notícia é do "Jornal do Paraíso", elaborado pelos moradores e pelo Curso de Comunicação Social do Bom Jesus Ielusc. O artigo do professor, relatando o processo, vai abaixo.