O evento teve a presença do Plínio de Arruda Sampaio, ex-candidato a presidência da República do PSOL, o deputado federal e presidente nacional do PSOL Ivan Valente, o vereador de Florianópolis e ex-presidente estadual do PSOL Afrânio Boppré, o dirigente nacional da Refundação Comunista Ronald Rocha, e o deputado estadual Sargento Amauri Soares do Polo Comunista Luiz Carlos Prestes.
Em pauta: a formação da frente de esquerda.
“Nunca as posições políticas são tão necessárias como no presente”, destacou Afrânio Boppré, vereador de Florianópolis e mediador do debate “Construindo o projeto popular”.
Afrânio Boppré abriu as discussões com o seguinte questionamento “O que é à esquerda hoje no Brasil?”. O parlamentar destaca que não é raro escutar que “a ideologia não existe mais”. A justificativa para a afirmação é a queda do muro de Berlim e o descontentamento com o Partido dos Trabalhadores no governo. Entretanto, crises mundiais como a questão da Síria, no Oriente Médio; a espionagem cibernética americana afrontando a soberania de outros países; e a crise econômica que assola o planeta são alguns dos fatores relevantes que merecem a atenção. “Nós partilhamos do sonho de uma sociedade comunista” e, para isso, é necessário ter “paciência histórica, rebeldia e unificação de forças.”
Na terça-feira passada (1/10), o quadro político de esquerda se fortaleceu com a vinda do deputado estadual Amauri Soares para o Partido Socialismo e Liberdade. Ele faz parte da direção nacional do Polo Comunista Luiz Carlos Prestes e afirmou no debate que, além de ser bem recebido no partido, acredita que a sua filiação será proveitosa já que a “aglutinação das forças populares em Santa Catarina” é importante para a luta da esquerda. De acordo com o político, a tarefa prioritária é reorganizar os blocos populares. “Com a chegada do PT no poder houve uma acomodação de forças já que as maiores centrais sindicais se silenciaram frente aos problemas do Brasil”, declara o deputado.
Ronald
Rocha, da Refundação Comunista reafirma o que foi dito por Amauri
Soares. “O movimento sindical está desvinculado da sua base popular.” O
grande desafio, segundo ele, é “construir uma unidade popular”. Segundo
ele, a filiação do deputado Amauri Soares não é trivial. De acordo com o
palestrante, não é a busca de mera viabilidade eleitoral, e sim a busca
de reformas profundas que a esquerda precisa. “Vamos concentrar as
energias para combater os inimigos de classe”, afirma Ronald.
O
ex-candidato à presidência pelo PSOL, Plínio de Arruda Ramos, declarou
que o momento político que vivemos é propício para mudanças. As
manifestações de junho foram importantes, no entanto, a maioria “estava
mais indignada do que politizada”. Para conscientizar os jovens, ele
explica que “é necessário conversar com as massas”.
Ivan Valente, Presidente nacional do PSOL e eleito o 4º melhor deputado
federal do Brasil, disse que “o que existe é a hegemonia do sistema
neoliberal”, porém “é preciso romper as questões estruturais”, tais
como: a isenção de impostos para grandes conglomerados, a privatização
da saúde, o agronegócio e o sucateamento do transporte público, por
exemplo. Ele ainda deixou uma provocação no ar: “Qual a maneira de
chegar nos corações e mentes dos que possuem disposição, mas não são
politizados?”