sexta-feira, 11 de março de 2011

Homossexual é espancado por dançar com outro homem em boate de Joinville



O estudante Diego Almeida Nascimento, de 19 anos, foi espancado por seguranças durante uma festa no bairro Paranaguamirim, zona sul de Joinville, por estar dançando com outro homem. Ele precisou ser hospitalizado após as agressões de três seguranças do clube Sociedade Ponte Preta.
O jovem é homossexual assumido e foi atacado pelos seguranças quando estava dançando com um outro rapaz. “O segurança chegou para nós e disse: ‘veadinho você não pode dançar assim. Aqui não é um local gay’. Então eu pedi para falar com o gerente. Questionei o preconceito e disse que tinha muitos homossexuais ali. Ele mandou os seguranças me colocarem para fora e os três me espancarem”, contou.
As marcas da agressão estão estampadas nos rosto, nas costas e braços de Diego.Conforme testemunhas, policiais militares estavam no local, mas não teriam feito nada para intervir na agressão. O caso será investigado.
Deputado Jean Wyllys levará caso para Comissão de Direitos Humanos da Câmara
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou pelo twitter que pretende vir pessoalmente para Joinville para apurar as denúncias. Ele irá propor à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e à Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) uma visitaa a cidade.
Ainda pelo twitter, Jean cobrou posicionamento das autoridades catarinenses. “Cadê o Ministério Público de SC que não toma providências? Cadê a OAB que não se manifesta? Onde estão os parlamentares de SC?”, afirmou.
Este é o segundo caso de homofobia registrado em Santa Catarina nesta semana. No dia 8 de março, um casal gay foi ameaçado com um facão,  sob os gritos de “Vocês são contra deus” e “morte aos veados”, após uma festa ocorrida no bairro. Os agressores foram contidos por seguranças do estabelecimento e encaminhados para a polícia, mas foram liberados na sequência

quarta-feira, 9 de março de 2011

Reforma Política: dando nome aos bodes


Por Milton Temer
Os principais colunistas políticos do Globo entraram pesado, nesta semana, na pauta da Reforma Política. E, como era de se esperar, entraram para atender ao senso comum, conservador e reacionário.
Atacam por duas vias: referem-se à baixa qualidade crescente dos representantes nas chamadas instituições republicanas, o que não é novidade, mas sem ir à raiz das causas dessa degradação do sistema, a não ser por rápidas pinceladas em seus aspectos mais óbvios. E se limitam à discussão simplista de um famigerado conceito “distritão”, puro, ou mesclado com uma parcela de votos proporcionais, sem corrigir suas distorções.
O nosso sistema eleitoral é um horror. E não o é por incompetência, mas, sim, por deliberação consciente dos responsáveis por sua formulação. Sua forma atual é da lavra do “experiente ex-senador do PFL de Pernambuco Marco Maciel, cuja vocação conservadora remonta ao tempo em que era quadro proeminente do regime autoritário que nos atazanou por duas décadas. Estabeleceu regras draconianas para a formação de novas legendas – caso do PSOL – mas não ousou liquidar legendas de aluguel que fazem linha auxiliar dos partidos tradicionais.
Para democratizar e dar transparência ao processo eleitoral, há uma preliminar a solucionar – a representatividade.
Hoje, por conta da existência de um teto e um piso por Estado da Federação, um eleitor no Acre, que elege 8 deputados, tem um poder quase 20 vezes superior a outro eleitor do Acre, se este votar em São Paulo. Isto tem que acabar. É preciso dar um fim a esses parâmetros máximo e mínimo por Estado, estabelecendo quociente nacional único. E sem problema para a questão da relação igualitária entre Estados, pois ela está garantida pela representação de 3 senadores para cada unidade da federação, a despeito de área geográfica e população.
Vem depois a questão do poder econômico, que nunca será neutralizado, a não ser com o financiamento público das campanhas e o voto de lista. É um ponto fundamental, na linha contrária do que vem sendo proposto pelo Vice-Presidente Michel Temer (com quem não tenho, felizmente, nenhum laço familiar). Seu “distritão” prioriza a lista dos mais votados e liquida com a legenda partidária, portanto só se sustenta com financiamento privado, com a hegemonia do grande capital. Ou seja; aqueles que têm maior poder econômico para fazer as campanhas mais ricamente mentirosas se impõem sobre os que batalham apenas no campo das ideias. Muito mais democrático é estabelecer o voto de lista, com a lista sendo composta através de prévias entre os filiados dos partidos, o que torna a votação final muito mais consciente. Ao invés de votar em pessoas, vota-se em programas definidos.
Caminhos para isso já estão abertos, através de projeto de lei aprovado no Senado, que ficou brecado na Câmara por acordo espúrio de partidos conservadores.
*Milton Temer é jornalista e Diretor Técnico da Fundação Lauro Campos -

Leia nota do PSOL contra as aposentadorias de ex-governadores


O diretório estadual do PSOL lançou uma nota contra as aposentadorias de ex-governadores e parentes de ex-governadores. Leia abaixo.

Os trabalhadores assistiram, nas últimas décadas, a sucessivos ataques das classes dominantes às suas mais caras conquistas. Os parlamentos e os governos em geral tem sido usados constantemente para sacramentar a precarização das condições de trabalho de nosso povo. As mudanças na legislação trabalhista e previdenciária são o “carro chefe” desse movimento das elites.

Os políticos e os meios de comunicação em geral, ávidos por mais recursos financeiros, procuram fazer crer que o sistema previdenciário é deficitário, a fim de ampliarem as possibilidades de exploração da força de trabalho e o superávit primário destinado a alimentar o pagamento dos juros e a amortização da dívida pública.

Agora, quando está em discussão o novo valor do salário mínimo, novamente os aposentados são apresentados como o nó que impede o governo de dar um reajuste salarial mais significativo. Ao mesmo tempo, assistimos a um verdadeiro festival de corrupção e distribuição de benefícios a estes mesmo políticos e empresários à custa dos recursos públicos.

Entre estes recursos distribuídos generosamente, destacamos:
1 – A transferência de bilhões de reais dos cofres públicos para socorrer bancos privados e montadoras em “crise”;
2 – O reajuste salarial de senadores, deputados e demais políticos em valores escandalosos e sem nenhuma cerimônia e;
3 – As inadmissíveis aposentadorias e pensões de ex-governadores e seus descendentes.

O PSOL repudia as escandalosas, indecentes e imorais aposentadorias e pensões distribuídas generosamente aos ex-governadores e seus parentes, que mais parecem heranças das capitanias hereditárias.

Enquanto os trabalhadores têm que laborar duramente longos anos e ter “idade compatível” para aposentarem-se, aqui em Santa Catarina, políticos inescrupulosos alcançam aposentadorias polpudas, por exercerem o mandato de governador por quatro anos ou por alguns poucos meses. Essa situação não pode perdurar. Esperamos e lutaremos para que a justiça prevaleça.

Florianópolis, 23 de fevereiro de 2011.
Diretório Estadual do PSOL/SC