segunda-feira, 28 de junho de 2010

Professor Valmir Martins é o candidato do PSOL ao governo de Santa Catarina



O professor de História Valmir Martins (à esquerda) foi indicado neste sábado (26) para concorrer ao governo de Santa Catarina pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). O nome foi aprovado por unanimidade na convenção realizada no Plenarinho da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), após a retirada do nome do outro postulante, o também professor Marcos Alves Soares, de Joinville, que ficará na vaga de vice.

A convenção do PSOL também indicou 14 nomes para a Alesc e outros quatro para a Câmara Federal. O partido espera ainda uma resposta do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que definirá sua política de alianças neste domingo, durante sua convenção nacional. Também foram indicados os nomes ao Senado, mas a definição das candidaturas esperará a resposta do PCB.

Quem é Valmir Martins

Valmir Martins é professor aposentado do departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É formado em História pela UFSC (1974), onde também concluiu o Mestrado na mesma área (1979). Aos 66 anos – 50 dos quais dedicados à construção dos movimentos populares – decidiu, mais uma vez, colocar-se à disposição do movimento socialista para representar a esquerda nas eleições.

Valmir iniciou na política aos 16 anos, em organizações ligadas à Igreja Católica, como a Juventude Operária Católica (JOC) e a Ação Popular (AP). Foi fundador do PT em Santa Catarina e também o primeiro candidato do partido ao Senado, em1982.

Ingressou no movimento estudantil e teve forte participação na resitência contra a ditadura militar, tendo estado ao lado do ex-deputado Paulo Stuart Wright, cassado, perseguido e assassinado pelo regime. Até hoje, o corpo de Wright não foi encontrado.

Chegou a ser preso político após os agentes da ditadura descobrirem o local onde estava sendo realizado o 30° Congresso da UNE, em Ibiuna, onde outras mil pessoas foram presas, entre elas, Luiz Travassos, presidente da UNE na época.

Ainda no PT, em 1993, integrou o governo da Frente Popular em Florianópolis, sob indicação do então vice-prefeito Afrânio Boppré. Presidiu o diretório municipal do PT por duas vezes, e continuou sua militância ao lado de Afrânio, no início dos anos 2000, quando Afrânio foi deputado estadual (2000/2002 e 2003/2006).

Em 2005, após o PT abandonar suas bandeiras hitóricas, Valmir, Afrânio e um grupo de militantes saem do PT e ingressam no PSOL em Santa Catarina, partido onde estão até hoje.


Fonte: PSOL SC.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

1º Seminário sobre "Mudar o transporte, fazer a cidade"


(clique sobre a imagem para ler o cartaz em detalhes)

Sem Hipocrisias - Plínio de Arruda fala sobre união civil homossexual para Carta Capital

Plínio Arruda Sampaio, para o site da Carta Capital

A Constituição brasileira assegura que todo brasileiro seja tratado como igual. Agora o debate eleitoral dará a oportunidade de fixar a posição dos candidatos a respeito da luta GLBT



A atividade sexual sempre foi objeto de atenção por parte das religiões e dos integrantes da classe dominante, com formas de controle da sexualidade que levam à dominação e à opressão. Isto não é aceitável porque está na raiz do preconceito e da discriminação.

O grande avanço humanista que as rebeliões estudantis da metade do século XX representaram foi precisamente a denúncia da hipocrisia burguesa em relação ao sexo. A sociedade tomou outra forma depois desse movimento – e para melhor.

Preconceitos e discriminações são comportamentos longamente arraigados e difíceis de extirpar. Aqui no Brasil já caminhamos bastante no que se refere à orientação das pessoas em relação ao sexo, mais ainda há muito que fazer.

No dia 19 de maio, a convite das organizações gays brasileiras, estive na I Marcha Nacional Contra a Homofobia, em Brasília, que reuniu cerca de duas mil pessoas. Os participantes defendiam a aprovação pelo Congresso Nacional de projetos que legalizam a união civil entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por casais homossexuais.

O debate eleitoral dará a oportunidade de fixar a posição dos candidatos a respeito dessa questão – que não diz respeito apenas a uma minoria, mas a um principio de convivência social harmoniosa e democrática.

Como pré-candidato do PSOL à Presidência da República, após diálogos com diversos movimentos sociais e especialistas, tenho me posicionado favoravelmente ao direito de livre orientação sexual e à luta das lésbicas, gays, bissexuais e transexuais. A Constituição brasileira lhes assegura esse direito, uma vez que estabelece a obrigação de que todo brasileiro seja tratado como “igual perante a lei”. E quem se propõe a debater os rumos do país e governar o povo brasileiro não pode se chocar com preceitos básicos do humanismo, submetendo-se à hipocrisia.

http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=6984

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Nota de Apoio a Luta Contra o Aumento na Passagem em Florianópolis


A luta para barrar o modelo privado de transporte coletivo está em diferentes cidades brasileiras, especificamente pelo entendimento de que não é possível condicionar o direito de ir e vir à lógica de mercado, quando grupos empresariais e familiares determinam o funcionamento da cidade.
Joinville está inserida no contexto apresentado, aproximando a nossa realidade com Florianópolis. Quando nos colocamos nas ruas para lutar pacificamente, a polícia exerce o papel de repressão e criminalização, o que mais uma vez está ocorrendo, mas em contornos gravíssimos e arbitrários.
Chegamos à conclusão quando nas últimas três semanas de luta contra o aumento na tarifa do transporte coletivo da capital catarinense, a polícia executou a prisão de 25 manifestantes, já liberados, quando dois destes tiveram que pagar R$ 800,00 de fiança, e a utilização de cassetetes de maneira violenta e do equipamento de choque identificado por Taser, o que lembra um moderno pau-de-arara portátil.
Levando todo o contexto apresentado, nós, da Frente de Luta pelo Transporte Público de Joinville, solicitamos ao Ministério Público de Santa Catarina, ao Governo do Estado de Santa Catarina, ao comando da Polícia Militar de Santa Catarina, Assembleia Legislativa do Estado e, principalmente, a todas as pessoas do Estado de Santa Catarina, que reproduzem notas de repúdio e debates em todos os espaços possíveis a postura adotada pela Polícia Militar de Santa Catarina.

Toda solidariedade ao povo de Floripa!

Contra a repressão policial e empresarial!

Pelo fim da exploração privada no direito de ir e vir!

FRENTE DE LUTA PELO TRANSPORTE PÚBLICO.
Apóiam a carta:
Movimento Passe Livre – Joinville
Comitê de Apoio aos Movimentos Sociais – Joinville
Centro Acadêmico Livre de História Eunaldo Verdi - CALHEV
Centro Acadêmico de Letras Alcides Buss – CALABuss
Centro Acadêmico de Engenharia Química – ENGETEQ
Centro Acadêmico de Biologia – CABIO
Centro Acadêmico de Administração de Empresas – CAAD
Centro Acadêmico de Educação Física – CAEF
Centro Acadêmico de Odontologia – CAO
Centro Acadêmico de Medicina – CAM
Centro Acadêmico de Fármacia –CAF
Centro Acadêmico de Geografia – CAGEO
Centro Acadêmico de Engenharia Ambiental – CAEA
União da Juventude Socialista de Joinville – UJS
Diretório Central dos Estudantes - DCE - UNIVILLE
Diretório Acadêmico Cruz e Souza - DACS
Pró-Coletivo Anarquista Organizado de Joinville - Pró-CAO
Partido Socialismo e Liberdade de Joinville - PSOL

Joinville, 02 de junho de 2010.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Debate sobre descriminalização das drogas



Militante do PSOL propõe discussão séria a respeito da descriminalização das drogas. Do jornal Notícias do Dia de 31/10/2010.


(clique em cima da imagem para lê-la com detalhes)

Minha Casa, Nossa Dívida

"De modo matreiro, a massiva propaganda oficial olvida que o programa burla a lei de licitações, ao gastar dinheiro público com obras contratadas sem licitação"

Oswaldo Martins Rizzo*

“A história é uma galeria de quadros onde há poucos originais e muitas cópias”(Tocqueville)

Devagar com o andor que o Brasil passa tão-só por outra fugaz expansão propiciada, notadamente, pelo insustentável ciclo de crédito pessoal pré-eleitoral financiador do consumo que findará com a explosão da inadimplência, pois a massa salarial continua inelástica. Para o Banco Central (BC), 20% dos brasileiros tem dívidas equivalentes a quatro vezes a renda média nacional mensal.

Preocupado com os ruinosos efeitos eleitorais da mega crise financeira global de 2008, o governo federal trocou os superávits fiscais neoliberais por déficits orçamentários aquecedores de demandas, minimizando a recessão. Adaptando o receituário neo keynesiano aos trópicos e pressionadas pelos lobistas, as autoridades escolheram negócios como meritórios para ganharem incentivos oficiais.

A indústria da construção civil foi contemplada, sendo um dos prêmios o programa de habitações populares batizado de “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV), movido a farto crédito pessoal subsidiado e renúncia fiscal para complementar o insuficiente poder aquisitivo dos salários. Injetora de recursos públicos, através da Caixa Econômica Federal (CEF), e sem exigir contrapartidas empresariais, a ação governamental acalmou a histórica lamúria das fabricantes de materiais de construção e construtoras de que a causa una das agruras do setor é a escassa oferta de financiamentos para a compra de insumos e imóveis, provida pelos bancos privados.

Em 2009, financiou-se 669.809 moradias de vários tipos batendo o recorde de 627.342 unidades alcançado em 1980 pelo fenecido Banco Nacional de Habitação (BNH), criação política para acalmar queixas poucos meses após o golpe militar de 1964. Para o então ministro do Planejamento, Roberto Campos: "o proprietário da casa própria pensa duas vezes antes de se meter em arruaças ou depredar propriedades alheias e tornar-se um aliado da desordem”. A corrente rompeu em 1984 quando, sufocados pela alta de 190% nas prestações, 53% dos mutuários ficaram inadimplentes quebrando o banco que fechou quatro anos depois ao transferir seus ativos podres para a CEF.

De modo matreiro, a massiva propaganda oficial olvida que o MCMV burla a Lei de Licitações (n° 8666/93), ao gastar dinheiro público com obras contratadas sem licitação. O logro baseia-se na Medida Provisória 1823/99 da gestão FHC, que permite à CEF contratar obras executadas com recursos públicos sob regras próprias, isentando-as de seguir os ditames da Lei 8666/93. O interino instrumento hipo legal permite, ainda, que a CEF mantenha as contratações durante o período eleitoral garantindo, assim, as benesses eleitoreiras das inaugurações de conjuntos habitacionais populares.

Adotando esse rançoso expediente, novamente, o governo cedeu à atuação lobista do cartel das grandes construtoras promovendo uma sideral concentração setorial ao transferir a maioria dos polpudos recursos públicos para poucas e grandes empresas, avaliadas pela CEF com base apenas nos seus fluxos de caixa e nas certificações de qualidade no PBQPH (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat) emitidas por inconfidentes agentes certificadores.

Todavia, financiar a compra de moradias relativamente caras para assalariados mal remunerados e muito endividados expõe a um maior risco de crédito os estoques dos ativos das fontes de recursos do MCMV – o Orçamento Geral da União (OGU) e a poupança compulsória dos trabalhadores celetistas (FGTS e FAT) – podendo, no médio prazo, gerar um novo passivo (“esqueleto”) bancado por todos os contribuintes brasileiros.

No começo da década passada, numa ação pré-eleitoral de extirpação do balanço da mesma CEF dos ativos com altíssimo risco de crédito gerados pelos financiamentos habitacionais concedidos a mutuários sem condições de honrá-los – possibilitando, assim, que se enquadrasse nas regras do Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais-, o governo FHC criou a Empresa Gestora de Ativos (Emgea) uma espécie de banco público com ativos podres que absorveu os créditos imobiliários da CEF relacionados aos contratos dos devedores inadimplentes.

Mensalmente, a Emgea contabiliza um déficit superior a R$ 200 milhões assumido pela União, ou seja, quem arca com a inadimplência de alguns mutuários são todos os brasileiros que pagam impostos, pois o dinheiro do Tesouro Nacional sai do bolso do contribuinte. Desde a sua criação, a Emgea acumula um prejuízo maior que R$ 10 bilhões que, para ser compensado no futuro, exigirá um chamamento de capital do “sócio passivo”, ou seja, o contribuinte brasileiro com mais aumento na carga tributária e inflação. O MCMV pode gerar outra Emgea.

*Osvaldo Martins Rizzo é engenheiro e ex-conselheiro do BNDES

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_publicacao=33125&cod_canal=4